As neves do Kilimanjaro, na Tanzânia, estão desaparecendo

Cinco anos depois de avisar que as famosas geleiras do Monte Kilimanjaro, na Tanzânia, poderiam derreter, pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA) descobrem que a previsão começa a se tornar realidade. O impacto do desaparecimento do gelo no pico mais alto da África, para além da perda para a paisagem e o turismo, poderá agravar a seca que já atinge as populações que vivem perto da montanha, alerta nota divulgada pela Universidade.

Em 2002, o cientista Lonnie Thompson e colegas alertaram que as neves do Kilimanjaro poderiam desaparecer entre 2015 e 2020, vítimas no aquecimento global. De volta à montanha na semana passada, ele viu que a previsão está a caminho de concretizar-se. De fato, os campo de gelo podem desaparecer ainda antes. “A mudança é dramática”, diz ele. “Podemos ver isso tanto no acampamento quanto em fotos aéreas”.

Entre os dados levantados pela expedição mais recente, descobriu-se que em três locais da margem da geleira norte, uma muralha de gelo de 50 metros de altura recuou cerca de 5 metros, desde 2002; enormes buracos surgiram e penetram até o leito rochoso no meio da geleira Furtwangler, bem como na geleira norte, duas das massas de gelo da montanha. Esses buracos deverão partir a Furtwangler em duas dentro dos próximos seis meses, e a geleira norte, em dois anos; o gelo vem perdendo espessura rapidamente: a Furtwangler perdeu mais de três metros. (Estadão Online)