Horta Comunitária, Fruticultura, Produção e Processamento da Malva e Formação de Liderança e Fortalecimento da Organização Sociopolítica Comunitária. Com essas metas, uma equipe de pesquisadores começa a desenvolver essa semana as atividades para 2006 do projeto “Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade em Comunidades Ribeirinhas do Amazonas”, com financiamento de R$ 500 mil oriundos do programa Fome Zero.
O projeto, que quer fortalecer a fruticultura e agricultura nas comunidades do rio Solimões, nasceu dentro do Piatam (Potenciais Impactos e Riscos Ambientais da Indústria do Petróleo e Gás no Amazonas), um grande projeto de pesquisa socioambiental coordenado pela Universidade Federal do Amazonas – Ufam – e pela Petrobras que monitora as atividades do petróleo e gás natural na região. Além de aprofundar o conhecimento científico sobre os ecossistemas amazônicos, o Piatam gera mapas de sensibilidade que podem subsidiar eventuais contingências na indústria de petróleo e derivados na região.
O início das atividades do projeto “Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade em Comunidades Ribeirinhas do Amazonas” acontece durante a primeira excursão do ano do Piatam, que saiu de Manaus nesta sexta-feira, dia 24 de março, com retorno previsto para o dia 4 de abril. Como vem acontecendo desde 2000, a excursão do Piatam acontece quatro vezes por ano, durante as diferentes estações hidrológicas dos rios (cheia, seca, vazante e enchente).
Além das nove comunidades usualmente estudadas pelo Piatam, outras três também serão beneficiadas pelo projeto contemplado pelo Fome Zero no trecho entre Manaus e Coari: São Francisco, São José e Nossa Senhora da Conceição. Nessa excursão, os pesquisadores apresentarão aos moradores e líderes comunitários as datas e tarefas previstas para o desenvolvimento do projeto, que vai atender diretamente a 410 famílias e indiretamente a 115 famílias, contribuindo para que elas sofram menos com a variação das estações hidrológicas dos rios e com a dependência da monocultura e de seus patrões.
Segundo Therezinha Fraxe, que coordena a área de Socioeconomia do Piatam, o projeto contemplado pelo Fome Zero levará às comunidades novas alternativas, inclusive para situações de grande seca, como a ocorrida no final do ano passado. Pretende-se, por exemplo, viabilizar máquinas de descascar e desfibrar a malva, o que anularia a necessidade de colocar o vegetal de molho para então macerá-lo, poupando o ribeirinho desse processo de trabalho subumano.
“A idéia é que as atividades do programa Fome Zero sejam executadas através de viagens exclusivas às comunidades contempladas. Os recursos destinados ao Piatam pela Petrobras e pela Finep são voltados prioritariamente à pesquisa. Agora, com o Fome Zero, vamos poder trabalhar também para que a vida dos comunitários mude para melhor”, diz Therezinha, que é também coordenadora técnica do projeto “Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade em Comunidades Ribeirinhas do Amazonas”.
(Assessoria de Comunicação do Programa Piatam)