A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assina nesta quinta-feira (30), às 13h, no estande do ministério no ExpoTrade, em Curitiba (PR), uma portaria para criar o Grupo de Trabalho do Bioma Pampa, que contará com a participação de diversos setores da sociedade, inclusive aqueles envolvidos com o desenvolvimento da região. O objetivo é estudar, propor ações, políticas, projetos e programas específicos que contemplem o bioma, caracterizado pelo predomínio dos campos.
Na cerimônia de assinatura da portaria ministerial, será lançado o livro Lutz e a Paisagem, do fotógrafo Paulo Backes, sobre o Pampa. O Movimento Tradicionalista do Paraná vai oferecer uma roda de chimarrão. Também está prevista a apresentação de Gilberto Monteiro, na gaita, e Paulo da Rosa, na viola.
O bioma se estende atualmente em 63% do território do Rio Grande do Sul, o que equivale a 2,07% do território brasileiro. Apesar de apresentar vegetação com menor exuberância e maior simplicidade na estrutura, se comparado às florestas e às savanas, os campos têm importante contribuição no cenário da biodiversidade do país, principalmente por atenuar o efeito estufa e auxiliar no controle da erosão.
Segundo dados preliminares, na porção brasileira do Pampa existem cerca de 3 mil espécies de plantas vasculares, sendo que aproximadamente 400 são gramíneas. O bioma ainda abriga 385 espécies de aves e 90 de mamíferos terrestres. No entanto, a expansão da agropecuária, a exploração florestal intensiva e a substituição da vegetação nativa por gramíneas exóticas estão descaracterizando o Pampa.
A criação do grupo de trabalho é uma das iniciativas do governo para conter a degradação do bioma. O ministério ainda planeja divulgar até julho o primeiro mapeamento dos remanescentes de cobertura vegetal do Pampa. Também estão sendo revisadas as áreas prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade na região. Além disso, a gerência-executiva do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis no estado está analisando as demandas do local por meio de outro grupo de trabalho.
Aproximadamente 25% da superfície terrestre está coberta por campos. Porém, somente 1% de toda essa área está protegida como unidades de conservação. Argentina, Brasil e Uruguai compartilham 700 mil Km2 de campos, entremeados por capões de mata, matas ciliares e banhados. (Marluza Mattos/ MMA)