Começa em PE operação para salvar caatinga

Com um processo de desmatamento acelerado, estimado em 350 mil hectares por ano no Nordeste, a caatinga pode chegar a 2010 com apenas 30% de sua área total, caso seja mantida a exploração de recursos florestais com fins energéticos. A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, e ocupa 7% do território nacional.

O primeiro passo para barrar esse sistema predatório, que transforma a madeira em lenha e carvão e leva ao desaparecimento de diversas espécies da flora e fauna do bioma, foi dado nesta terça-feira (25), com o lançamento da Operação Mata Nativa do Plano Caatinga, na sede do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, no Recife (PE), dentro da Semana da Caatinga.

A operação, anunciada pelo superintendente do Ibama no Estado, João Arnaldo Novaes, visa conscientizar as populações sobre a importância de preservar o meio ambiente e oferecer alternativas sustentáveis de exploração, provando que a caatinga pode ser mais rentável preservada do que devastada. Apenas 3% dos produtos ou subprodutos florestais da caatinga é oriundo de sistemas não predatórios.

“Se o dono ou arrendatário da terra adota um procedimento legal, adequando-se ao manejo sustentável, poderá contar com o produto pelo resto da vida”, destacou João Novaes. “Já se a empresa consumidora não se adequar, não tem jeito: ou muda a matriz energética ou fecha.”

Novaes se mostrou confiante no êxito da operação, que depois se estenderá por todo o Nordeste. Ela é uma ação articulada entre Ibama, os três âmbitos de governo, federal, estadual e municipal, Receita Federal e estadual, Polícia Rodoviária federal e estadual. Inclui ainda o Banco do Nordeste, que oferece linhas de crédito para projetos de manejo da caatinga e Sebrae, com cursos e assistência técnica e de capacitação. (Angela Lacerda/ Estadão Online)