Fruto de um trabalho de décadas, a Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (Sema) lançou na última sexta-feira (26) um inventário virtual com ao menos 1.287 espécies da fauna cearense, incluindo mamíferos, répteis, aves, anfíbios e peixes de água doce e marinhos. A partir de trabalhos de campo, coleções e publicações científicas, o levantamento foi feito por pesquisadores das universidades federal e estadual do estado (UFC e UECE, respectivamente) e da ONG Aquasis.
Há cerca de cinco anos, surgiu na Sema a ideia de elaborar uma lista da fauna ameaçada de extinção no estado, contou Hugo Fernandes, coordenador do projeto e pesquisador da UECE, na transmissão virtual de lançamento do inventário. O plano começou a sair do papel com a criação do Cientista-Chefe, programa que tem como objetivo incluir o meio acadêmico nas secretarias e órgãos mais estratégicos do governo estadual.
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De livre acesso, o levantamento tem como público-alvo estudantes, pesquisadores, gestores públicos, consultores de empresas e ONGs. Os dados serão atualizados à medida em que novas espécies forem registradas. “Este trabalho de hoje é de décadas de pesquisa. Muita gente mergulhou no fundo do mar, acampou na serra e na Caatinga para poder pegar informações sobre nossa fauna. Todos nós somos cientistas-chefe”, disse Marcelo Soares, cientista chefe da Sema, na apresentação.
Segundo Hugo Fernandes, estão catalogados no inventário 140 mamíferos continentais, 25 mamíferos marinhos, 102 peixes continentais, 400 peixes marinhos, 133 répteis, 57 anfíbios e mais de 443 aves. No total, 443 espécies residentes no Ceará têm caráter migratório.
Há ainda as espécies catalogadas como extintas, vagantes ou que já viveram por algum período no estado. “É um marco histórico a partir de um trabalho de compilação. Os gigantes do passado que começaram a fazer esse processo todo”, definiu o coordenador sobre o projeto.
Para produzir a lista de animais em risco de extinção, foram seguidos os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). O objetivo dos pesquisadores é que a lista da fauna ameaçada seja lançada até 2022.
E há planos de estender o inventário à flora. “Lanço um desafio. Precisamos também de um inventário de flora, para saber as espécies vegetais em risco de extinção”, propôs Artur Bruno, secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Ceará.
Fonte: Galileu