O governo do Estado está começando a fazer um trabalho de limpeza de espécies exóticas nas unidades de conservação (UCs) do Estado. No Parque Estadual de Vila Velha, o pinus se tornou um grande problema. A árvore acaba tomando o lugar da flora local e desequilibra o meio ambiente. Um convênio assinado ontem entre o IAP – Instituto Ambiental do Paraná e a Apre – Associação Parananese de Base Florestal deve acabar com o problema. A entidade vai cortar todas as árvores invasoras que tenham brotado naturalmente no local.
Hoje o pinus pode ser facilmente encontrado de forma dispersa entre 50% e 70% da área do parque, que possui 3.122 hectares. A árvore chegou lá de duas maneiras. Uma delas foi naturalmente, com a ajuda do vento, já que na região dos Campos Gerais existem cerca de 100 mil hectares de árvores cultivadas. Mas em Vila Velha também existem 20 hectares resultantes de pesquisas feitas pelo Iapar – Instituto Agronômico do Paraná, quando a área ainda não havia sido transformada em UC. A Apre, entidade que representa os plantadores, se comprometeu a eliminar as árvores que chegaram ao parque naturalmente.
O diretor de biodiversidade e áreas protegidas do IAP, João Batista Campos, diz que a retirada das espécies exóticas cumpre uma portaria baixada em outubro do ano passado pelo próprio IAP. O corte vai começar assim que o treinamento das pessoas cedidas pela Apre termine. “O trabalho é simples. Basta cortá-lo, o pinus não brota de novo”, explica. As árvores vão permanecer no local. Elas ainda estão em fase de crescimento e não têm valor comercial. O trabalho deve durar entre três e quatro meses. Depois, as empresas que cultivam a espécie próximo ao parque vão realizar monitoramento para evitar a invasão de novos exemplares.
O presidente da Apre, Roberto Gava, disse que a entidade resolveu oferecer ajuda porque os produtores precisam se adequar a legislação. “Precisamos continuar produzindo de forma correta”, destaca. Hoje, existem 792 mil hectares de pinus em todo o Estado, o que corresponde a 3,9% da área. No agronegócio, a exportação só perde para a soja e emprega 150 mil pessoas diretamente. A árvore é usada na fabricação de papel e de móveis.
Segundo João Bastista, o próximo passo será a retirada dos pinus resultantes das pesquisas. Mas para isso será feito um inventário da quantidade de árvores e licitação do serviço. O pinus já está adulto e possui valor comercial. O dinheiro arrecadado vai ser investido no próprio parque.
Em Vila Velha também existem outras espécies invasoras como o capim-gordura, a brachiara e o sinamomo. Mas o IAP ainda está estudando a melhor forma de eliminar essas plantas. Ontem também começou no parque o primeiro Seminário Sobre Espécies Invasoras em UCs, reunindo gerentes de todas as unidades do Estado. A atividade vai estender o trabalho de eliminação das espécies exóticas para as demais áreas protegidas no Paraná. (Fonte: Elizangela Wroniski / Paraná-Online)
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