Uma força-tarefa do Ibama, da Marinha e da Polícia Federal, que trabalham na Operação Arrasto, terminou na última sexta-feira (28), com a identificação de 12 embarcações que faziam pesca ilegal de arrasto na costa do Rio Grande do Sul. Os infratores foram surpreendidos de helicópteros do Ibama e da Marinha. Eles foram fotografados do alto, a menos de três milhas da costa, numa área utilizada nesta época do ano como berçário de peixes, prejudicando a criação de corvinas, pescada, pescadinha e castanha, entre outros. O Ibama multará em R$ 100 mil cada dono de embarcação.
Neste momento, técnicos do órgão identificam os proprietários dos barcos, a partir do nome da embarcação e do ponto de registro, que, por lei, devem vir pintados no casco.
No verão e a primavera, a costa gaúcha se transforma do destino preferencial dos pescadores ilegais não só do estado, mas de Santa Catarina. “Estima-se que cerca de 550 embarcações dos dois estados fazem pesca de arrasto no Rio Grande do Sul, causando grande prejuízo ambiental”, avisa o coordenador da Operação, analista ambiental do Ibama, Sandro Klippel. Oceanógrafo formado na Universidade Federal do Rio Grande (RS), Klippel diz que se trata de frota muito grande de arrasto de fundo e que, por esse motivo, as operações vão se intensificar naquela faixa de mar – cuja profundidade não ultrapassa os 10 metros.
Nem sempre a identificação dos barcos é fácil, já que os pescadores ilegais tentam dificultar a identificação, cobrindo o nome do veículo e seu registro quando vêem os fotógrafos nos helicópteros. O problema ocorre porque o Ibama não usou lancha de abordagem, nesta etapa da operação. “Alguns podem pensar que, por isso, não será possível autuar os infratores. É um engano. Embora esta seja a primeira vez que autuaremos depois da operação realizada, todos os culpados serão multados logo que os barcos e seus proprietários sejam identificados”, explicou Klippel.
A Operação Arrasto teve início em janeiro último. Foi sua primeira etapa. Nela, donos de sete embarcações foram autuados em R$ 100 mil cada. A maioria pescava entre Torres e Chuí. Durante o trabalho, a força-tarefa coletou informações táticas para novas ações de fiscalização. “O patrulhamento da costa continuará”, garante Klippel.
Além de pessoal da Superintendência do Ibama no Rio Grande do Sul, da Marinha e da PF, trabalharam na Operação servidores do órgão dos escritórios regionais de Rio Grande, de Tramandaí, do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, com apoio do Esquadrão HU-5. (Rubens Amadori/ Ibama)