As 570 famílias quilombolas de Rio das Rãs, a segunda maior comunidade descendente de ex-escravos do Brasil, receberão em suas casas água potável e banheiros. Para isso a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a prefeitura de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, onde fica a comunidade, assinaram hoje (12) convênio, antecipando as comemorações, amanhã (13), da abolição da escravatura.
O convênio, segundo o diretor-executivo da Funasa, Danilo Forte, é de R$ 1,860 milhão. “Até o final do ano levaremos água tratada para mais de 4 mil pessoas que moram nessa comunidade, onde a água é salobra (com sabor de sal), para reduzir a incidência de doenças infecciosas e diarréias”, disse. Danilo Forte informou ainda que a água passará por um processo de dessalinização e de fluoretação.
Morador da comunidade, Wilson Martins contou que no período de seca a população só consegue água fazendo buracos “no leito de um riozinho a sete quilômetros de distância: quando a água seca, algumas famílias furam um buraco, fazem uma cacimba e aí o gado também invade, os animais bebem ali junto com a gente”.
Já Alvina Costa de Oliveira, que nasceu na comunidade de Rio das Rãs há 52 anos, lembrou que “água tratada é saúde” e comemorou: “Não vamos ter mais doenças como febre e dor de barriga, as crianças vão melhorar, a vida vai melhorar muito”.
Segundo o presidente da Funasa, Paulo Lustosa, informou que em 2005 foram investidos R$ 4 milhões e neste ano o Orçamento Geral da União destina R$ 6 milhões.
(Fonte: Lourival Macedo – Rádio Nacional / Agência Brasil)