Habitantes da cidade de Gualeguaychú, na província de Entre Ríos, na Argentina, realizarão, na próxima quarta-feira (17), uma manifestação em ritmo carnavalesco contra a instalação de duas fábricas de celulose sobre o rio Uruguai, no município uruguaio de Fray Bentos. O protesto será embalado com batucadas.
As fábricas, que transformaram-se no centro da maior crise diplomática entre a Argentina e o Uruguai desde 1955, envolvem investimentos de US$ 1,8 bilhão e prometem ser o primeiro passo para transformar o território uruguaio em um dos principais centros mundiais de produção de celulose.
Os argentinos da área da fronteira, respaldados enfaticamente pelo governo do presidente Néstor Kirchner, opõem-se às fábricas, alegando que prejudicarão o ambiente, acabarão com o turismo regional, a agricultura e a piscicultura, aumentando o desemprego do lado argentino.
“Queremos que isto tenha repercussão na Europa. Estas fábricas não podem ser instaladas aqui. Essa denúncia tem que ser ouvida pelos europeus”, explicou um dos líderes da Assembléia, Oscar Bargas.
Nos próximos dias a Corte Internacional de Haia, na Holanda, analisará a situação entre os dois países. Há poucos meses, Kirchner abriu um processo contra o Estado uruguaio nesse tribunal, acusando o país vizinho de violar o Tratado do rio Uruguai – que determinava que a instalação de fábricas de tal magnitude à beira de um rio compartilhado deveria ser consultada previamente ao outro país.
Os manifestantes também planejam passar com seu carnaval pela frente da Embaixada do Uruguai. (Ariele Palacios/ Estadão Online)