Um dos principais pontos do estudo é mostrar que o sinal enviado do cérebro para os membros permanece sendo emitido mesmo depois de um acidente. O paciente que participou dos testes teve rompida a coluna cerebral três anos antes do início da pesquisa.
Após a instalação do sensor cerebral, capaz de converter impulsos elétricos em sinais computadorizados, o paciente conseguiu interferir sobre um cursor presente na tela de um computador. Ele abriu e-mails, desenhou formas circulares e jogou uma rudimentar partida de videogame. Conseguiu ainda abrir e fechar uma mão robótica e até pegar e mover determinados objetos com ela.
“Esperamos que esses resultados aprofundem o controle sobre a comunicação cerebral e o meio externo para indivíduos com paralisia. Algum dia deverá ser possível combinar tudo isso com estímulos neuromusculares, para que o controle sobre os membros possa voltar”, explica Leigh Hochberg, principal autor do trabalho publicado e pesquisador do Hospital Geral de Massachusetts, em comunicado da instituição.
O dispositivo eletrônico, desenvolvido especialmente para o experimento, foi implantado no córtex cerebral. Essa parte do cérebro está diretamente relacionada com movimentos do corpo. Para conseguir desempenhar as atividades previstas no experimento, o voluntário precisou de nove meses e 57 sessões de testes.
O artigo Neuronal ensemble control of prosthetic devices by a human with tetraplegia pode ser lido, por assinantes, no site da revista Nature, www.nature.com
(Fonte: Agência Fapesp)