Pesquisador da Amazônia é referência sobre aquecimento global

Ele nasceu nos Estados Unidos, mas há mais de 30 anos presta um valioso serviço ambiental na floresta amazônica. Pesquisador titular do Departamento de Ecologia do Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus (AM), o ecólogo Philip Fearnside tem seus trabalhos reconhecidos pela comunidade científica mundial, como mostra um levantamento feito pelo Instituto para a Informação Científica (Thomson ISI, como é conhecido em inglês).

O levantamento, feito por meio de referências em revistas indexadas na área, apontou Fearnside como o segundo cientista mais citado do mundo quando o tema é aquecimento global, nos últimos dez anos.

O ISI mantém o maior banco de dados de periódicos científicos internacionais e divulga indicadores que medem o impacto de diferentes trabalhos e autores. Dessa vez, somente publicações desde 1996 foram consideradas na análise. Foram identificados 19 trabalhos de Fearnside ligados ao tema aquecimento global, citados 530 vezes por outros autores.

“Se considerarmos que esse levantamento engloba cientistas de todo o mundo, que desenvolvem estudos com o auxílio de supercomputadores e tecnologias bem mais avançadas que as disponíveis no Brasil, essa indicação foi uma grande surpresa”, disse Fearnside à Agência Fapesp. “Isso mostra que, mesmo com poucos recursos para trabalhar na Amazônia, é possível fazer pesquisas de qualidade.”

Segundo Fearnside, esse tipo de citação em periódicos indexados baliza as informações geradas pelo grupo do Inpa do qual faz parte. “Fazer referência a outros estudos é um tipo de moeda corrente que indica a importância dos diferentes grupos de pesquisa. Por isso, acredito que qualquer grupo queira fazer parte do ranking”, disse.

O levantamento indicou que o mais citado foi John Mitchell, do Escritório Meteorológico do Reino Unido. “Ele é sem dúvida um dos cientistas mais consagrados na área de mudanças climáticas. Inclusive, em muitos trabalhos, eu mesmo já citei resultados de seus estudos”, disse Fearnside. (Agência Fapesp)