Plantas oleaginosas como o dendê, buriti, mamona e o babaçu podem gerar emprego e renda para comunidades agrícolas da região Amazônica e tornar o Brasil um exemplo de agricultura sustentável para o mundo. Um dos principais desafios em transformar essas plantas em biocombustível, por exemplo, é conciliar o desenvolvimento com a conservação do meio ambiente.
Para debater o tema e apresentar sugestões, o Ministério do Meio Ambiente promoveu nesta segunda-feira (30) o seminário Experiências Amazônicas com Oleaginosas”. Representantes da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Eletronorte – Centrais Elétricas do Norte, Organizações Não-Governamentais e secretarias estaduais e municipais avaliaram o potencial de diversas oleaginosas na Amazônia.
Em palestra no encontro, o professor da Universidade Federal do Amazonas José de Castro Correia falou sobre as micro-usinas de produção de biocombustíveis que já foram instaladas no país.
Atualmente, o Amazonas tem unidades nos municípios do Roque (reserva extrativista do Juruá), Presidente Figueiredo (cerca de 200 quilômetros de Manaus), na região dos rios – Alto Solimões, em Tabatinga (tribo indígena), dentre outras. Também há investimentos nesse sentido no Acre e em Rondônia.
Para Correia, o processo de produção de óleos vegetais é fácil e pode ser implementado nas comunidades ribeirinhas amazônicas. “Eles são capazes de assimilar a operação e manutenção desses equipamentos. Nós apenas temos que ter a preocupação de levar equipamentos robustos e de fácil operação e manutenção”.
Praticamente todas as oleaginosas da região amazônica podem ser processadas nessas micro-usinas. Além dos óleos que poderão ser destinados à produção de combustível, outros materiais – como manteiga de cacau, de cupuaçu e óleo de cozinha – poderão ser produzidos pelas comunidades.
De acordo com o assessor especial do ministério, Luiz Fernando Merico, o programa de biocombustível e biodiesel diferencia-se do pró-alcool, pois, além da preocupação ambiental, o programa beneficia também o lado social.
“Ele inverte um pouco a lógica do que se produzia até agora. Ou seja, se produz a partir dos pequenos produtores, a partir das pequenas propriedades, fixando o homem no campo, gerando renda e trabalho no local onde as populações vivem com espécies que as populações já estão acostumadas a trabalhar”. (Manoela Alcântara/ Voz do Brasil)