A embarcação-laboratório “Acadêmico Fedorov” saiu nesta sexta-feira (03), rumo à Antártida, com mais de 100 cientistas a bordo para continuar as expedições russas no continente. Desta vez, a expedição está direcionada à pesquisa de águas subterrâneas.
Viajam na embarcação geólogos, geofísicos, meteorologistas e engenheiros, que substituirão seus colegas que trabalharam nas bases russas localizadas no território antártico por mais de um ano, afirma um comunicado da Academia de Ciências da Rússia e do Instituto do Ártico e da Antártida.
Esta será a 52ª expedição na história da prospecção russa da Antártida e, desta vez, os cientistas russos tentarão obter amostras de água do lago subterrâneo Vostok, no centro do continente.
Com 200 quilômetros de comprimento, 50 de largura e 500 metros de profundidade, o lago Vostok é uma massa de água doce em estado líquido que se encontra embaixo de uma camada de gelo de 3.700 metros de espessura.
Descoberto em 1957 por cientistas soviéticos embaixo da base de mesmo nome, o lago foi incluído na lista das descobertas geográficas mais importantes do século 20.
Espera-se que a 52ª expedição consiga perfurar, com instrumentos especiais, que evitarão a contaminação da água, os cerca de 100 metros de gelo que faltam ser perfurados para chegar até o lago subterrâneo. Em seguida, será retirada uma amostra da água – a mais pura e mais antiga do mundo.
As amostras de gelo da superfície do lago têm 420 mil anos e, por isso, acredita-se que o reservatório natural permaneceu fechado sob a placa de gelo durante um tempo aproximado entre 500 mil e 1 milhão de anos.
A Rússia, herdeira das conquistas soviéticas na Antártida, continuou as pesquisas científicas em seis das oito estações que a URSS tinha no continente.
As bases russas na Antártida desenvolvem um amplo programa de pesquisas científicas polares – como a medição do balanço energético da atmosfera, as mudanças na camada de ozônio, as anomalias geomagnéticas e as perfurações profundas das geleiras. (Efe/ Folha Online)