Diversos locais declarados Patrimônio da Humanidade podem estar ameaçados pelas conseqüências da mudança climática global, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira (7) em Nairóbi.
“O Atlas da Mudança Climática”, elaborado pelo Instituto Ambiental de Estocolmo, com o apoio do Pnuma – Programa da ONU para o Meio Ambiente, foi divulgado na reunião da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e o Protocolo de Kyoto, que reúne, durante duas semanas, 5 mil participantes na capital queniana.
No caso do Parque Nacional de Doñana, na Espanha, o relatório indica que já foram perdidas cem espécies de plantas no último século.
O derretimento acelerado das geleiras pode causar a ruptura de lagos glaciais, e ameaça o parque Chavín de Huantar, no Peru, que abriga tesouros pré-incas, incluindo novecentos templos que datam do ano 900 a.C.
Em Belize, a barreira de corais já sofreu descoloração devido ao aumento das temperaturas da água do mar, assim como diversos outros corais em todo o mundo, e continuará se deteriorando, caso as temperaturas sigam aumentando.
“Estes dados representam um novo exemplo de que a mudança climática não é um fenômeno que afeta apenas um aspecto de nossas vidas”, disse Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.
“Na África, vemos exemplos claros da diminuição das neves e das geleiras do Kilimanjaro e do Monte Quênia”, explicou Joseph Massaquoi, diretor do Escritório Regional para a Ciência e a Tecnologia na África da Unesco.
Outros locais catalogados como Patrimônio da Humanidade incluídos no relatório são os monumentos da cidade egípcia de Alexandria, ameaçados pela erosão do litoral e a inundação do delta do rio Nilo.
Na Tailândia, as inundações já danificaram as ruínas de Sukothai, com 600 anos de antiguidade, enquanto 12 mil sítios arqueológicos e do período medieval na Escócia estão vulneráveis à erosão e ao aumento do nível do mar. (Efe/ Estadão Online)