Propostas presentes na nova fase de negociações da Rodada de Doha de livre-comércio podem ajudar a proteger o meio ambiente, disse na segunda-feira, 5, o secretário-geral da OMC – Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, que participa de uma importante reunião sobre o meio ambiente promovida pela ONU no Quênia.
Segundo Lamy, a redução de subsídios à pesca e à agricultura vai evitar a superprodução, enquanto outras medidas poderiam reduzir tarifas sobre produtos e serviços ambientalmente inócuos.
“Não são só discursos, são propostas muito concretas para realmente ajudar”, disse ele.
Antes, ele prometeu a centenas de presentes – inclusive dezenas de ministros de Meio Ambiente – que a OMC estará na linha de frente dos incentivos ao desenvolvimento sustentável, especialmente nos países mais pobres do mundo.
É a primeira vez que um chefe da OMC comparece a uma reunião do Conselho Diretor do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O fato foi comemorado por ativistas ambientais.
Lamy afirmou que a OMC atualmente está revendo sua atuação ao lado de tratados ambientais, como o Protocolo de Kyoto, para a redução dos gases do efeito estufa.
“Se há algo na mesa que pode ser feito para trazer benefícios ambientais, a nossa posição é de que devemos fazer. A OMC é muito pragmática nisso”, declarou.
Ele pediu aos ambientalistas que apóiem a retomada da Rodada de Doha de negociações comerciais globais, suspensa por ele em julho, devido às profundas divisões entre os principais participantes a respeito de questões agrícolas, especialmente os subsídios americanos e as tarifas em outros países ricos. Ultimamente, porém, surgiram sinais de flexibilidade que indicam a possibilidade de um acordo.
A Rodada de Doha foi criada em 2001 na capital do Qatar, com o objetivo de tirar milhões de pessoas da pobreza por meio do comércio. (Reuters/ Estadão Online)