O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, destacou, nesta quinta-feira (1), que um dos seis aspectos do Ano Polar é compreender o estado atual do meio ambiente das regiões polares. Ele participou da cerimônia de lançamento oficial no Brasil do quarto API – Ano Polar Internacional, no Ministério das Ciências e Tecnologia. Segundo Capobianco, o MMA tem desenvolvido um estudo abrangente sobre o estado do meio ambiente antártico, “muito elogiado pela comunidade internacional, colocando o Brasil em destaque, perante outras nações, na conservação do meio ambiente antártico”.
Esse estudo conseguiu adesão de outros países e agora se desdobra em um programa internacional de monitoramento ambiental de longo prazo, coordenado pelo Brasil. O Ministério do Meio Ambiente é responsável pelo segmento ambiental do Proantar – Programa Antártico Brasileiro. Ele é encarregado de avaliar os impactos das missões brasileiras na Antártica e de zelar pelo cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na proteção do meio ambiente dessa frágil região.
A Antártica é o quinto continente em extensão do planeta e o único sem divisões. Seus 13.7 milhões de km2 correspondem a 3 % da área da Terra. No inverno, com o congelamento do mar circundante, a área atinge aproximadamente 22 milhões de km2. O meio ambiente antártico é especial, frágil e único. Abriga 70% da água doce do planeta e recursos minerais e energéticos incalculáveis. “É a memória climática do planeta que permite entendermos e traçarmos cenários para o futuro do planeta à luz das mudanças climáticas. Ajuda também a compreender o sistema Terra e seu funcionamento. É um termômetro da saúde do planeta ainda desconhecido”, disse Capobianco.
Nos últimos quatro anos, o MMA, em parceria com o MCT, induziu e financiou também um estudo sobre as Mudanças Ambientais na Antártica. Foram 26 grupos de pesquisa de 20 instituições brasileiras e 16 estrangeiras, envolvendo 300 pesquisadores.
“Os estudos na Antática são cruciais para o Brasil porque é na Antártica que formam-se os sistemas climáticos que nos atingem de variadas maneiras no Hemisfério Sul e em particular no Brasil”, disse o secretário-executivo do MCT, Luís Fernandes. Segundo ele, para entender as mudanças climáticas no Brasil e no mundo é imprescindível que se estude com profundidade a região polar. “Os estudos vão fundamentar e subsidiar políticas públicas adequadas de adaptação às mudanças climáticas e de monitoramento e previsão do tempo”, afirmou.
As geleiras antárticas contêm o registro de variações na composição da atmosfera terrestre que regridem a até um milhão de anos e mostram o dramático aumento de gases do efeito estufa na atmosfera, a partir da era industrial, o que vem causando as mudanças globais do clima. Essa questão, bem como a constatação da destruição da camada de ozônio e derretimento do gelo, trouxe a Antártica para o cotidiano mundial. (Aida Feitosa/ MMA)