É muito cedo para dizer se o etanol vai ajudar no combate ao aquecimento global, disse o diretor do programa ambiental da ONU – Organização das Nações Unidas, Achim Steiner, na segunda-feira, 5, antes de um encontro entre EUA e Brasil para discutir a criação de um mercado mundial para o biocombustível.
“Estamos vendo a expansão da produção de etanol em várias partes do mundo e estamos nos estágios iniciais de entendimento das implicações desse desenvolvimento”, disse Steiner, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília.
“Ninguém pode dar nenhuma conclusão como certa”, disse. Lula pretende impulsionar o comércio mundial de etanol da cana-de-açúcar, que é mais barato e oito vezes mais eficiente energeticamente do que o etanol feito do milho, matéria-prima usada nos EUA.
O presidente se reunirá na sexta-feira, 9, com seu colega norte-americano, George W. Bush, que pretende substituir um percentual do consumo de gasolina dos EUA por etanol feito do milho para ajudar os produtores e reduzir a dependência do petróleo, especialmente por causa do antagonismo entre EUA e grandes produtores como Venezuela e Irã.
Os EUA são os maiores produtores e consumidores de etanol, mas o Brasil é o maior exportador e usa o etanol como combustível nos carros há 30 anos.
Ambientalistas defendem o uso de etanol porque os gases do efeito estufa que ele produz ao queimar são absorvidos novamente por novas plantas, enquanto os gases produzidos por combustíveis fósseis são quase que certamente relacionados ao aumento nas temperaturas globais, segundo cientistas.
Porém, Steiner disse que a construção de um mercado global de etanol não vai necessariamente reduzir o montante de gás carbônico lançado no ar, a não ser que existam normas apropriadas para a produção de biocombustíveis e inovações para a produção de etanol. (Reuters/ Estadão Online)