Representante da FAO diz que expansão da fronteira agrícola é uma das causas do desmatamento

A expansão da fronteira agrícola para a pecuária e a agricultura tem sido uma das causas da redução das florestas em todo o mundo. A avaliação é do representante da FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, José Tubino, que concedeu entrevista nesta sexta-feira (16) à Rádio Nacional.

Um estudo divulgado nesta semana pela FAO mostra que os países que mais desmataram no mundo entre 2000 e 2005 são Indonésia, México, Papua-Nova Guiné e Brasil. Esses países concentram 80% das florestas do planeta. O Brasil, segundo o relatório, é responsável por 74% do desmatamento sul-americano.

“Por ser o Brasil um país de tamanho continental, é claro que em números gerais o Brasil teria o maior desmatamento”, afirmou Tubino. Segundo ele, mais de 100 países já têm constituído programas nacionais de florestas, o que é positivo. “Sabemos que as políticas públicas do governo brasileiro assim como de outros países, que já têm instituído os Programas Nacionais de Florestas, estão tendo um efeito positivo para a redução do desmatamento”.

Para o representante da FAO, no entanto, o ritmo de desaceleração do desmatamento é preocupante. “Temos que saber que aproximadamente 20 mil hectares de florestas primárias estão sendo perdidas a cada dia no mundo”, afirmou.

Ele lembrou que a destruição das florestas contribui ainda mais para o aquecimento do planeta. “O que estamos fazendo basicamente é incrementar a quantidade de carbono na atmosfera”. (Marcela Rebelo/ Agência Brasil)