Os desafios para a defesa civil brasileira em consequência das mudanças climáticas globais começaram a ser discutidas nesta terça-feira (20) no Primeiro Encontro Nacional sobre Mudanças Climáticas e Defesa Civil, na Escola Politécnica da USP – Universidade de São Paulo. Nesse encontro, que vai até amanhã, as discussões estão voltadas apenas à Região Metropolitana de São Paulo.
De acordo com o coordenador de Ciências Ambientais do Instituto de Estudos Avançados da USP, Pedro Dias, as equipes de defesa civil brasileiras não estão preparadas para possíveis desastres naturais acarretados pelo aumento da temperatura global, mudança no regime de chuvas, entre outras mudanças climáticas. O despreparo dos integrantes da defesa civil, segundo o coordenador, seria decorrente de em grande parte de não haver histórico de catástrofes naturais no Brasil.
O mestre em sensoriamento remoto do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Eymar Lopes, anunciou que o instituto tem condições de criar um sistema computadorizado que gere em tempo real alerta para a possibilidade de deslizamentos de terra, alagamentos e mudanças climáticas que provoquem destruição de lavouras em diferentes regiões do país.
Segundo o especialista do Inpe, o instituto já possui a tecnologia de computador para cruzar dados referentes às chuvas acumuladas e previstas, às mudanças de temperatura e a outras alterações climáticas de determinada área, com um mapa dos riscos específicos da mesma região.
De acordo com Lopes, o algorítimo que cruza os dados está em software de código livre mas será preciso criar os programas de computador para viabilizar o sistema. Não há um programa ou cronograma para a criação desse sistema, explicou.
Outros encontros sobre mudanças climáticas e defesa civil deverão ser realizados em outras regiões metropolitanas. As datas ainda não foram marcadas. (Gabriel Corrêa/ Radiobrás)