Cientistas afirmam que ´La Niña´ pode surgir em alguns meses

O fenômeno “El Niño”, registrado no segundo semestre de 2006, chegou ao fim após um retorno de condições neutras ao oceano Pacífico, mas os cientistas acreditam que nos próximos meses poderia acontecer o fenômeno inverso, o da “La Niña”, informou nesta sexta-feira, 30, a OMM – Organização Meteorológica Mundial.

“Embora esta seja a época do ano na qual é mais difícil prever como a situação evoluirá, existem indícios suficientes para acreditar que vai acontecer uma transição para o ´La Niña´”, declarou esta entidade em seu último boletim divulgado em Genebra.

Rupakumar Kolli, analista da OMM, afirmou nesta sexta-feira que “é pouco provável que esta transição aconteça nos próximos dois ou três meses” e acrescentou que este período servirá para confirmar ou descartar a posterior chegada do “La Niña”.

Este último fenômeno provoca o esfriamento das águas do Pacífico equatorial, o que por sua vez pode dar lugar a grandes oscilações do clima no mundo todo.

Sobre o “El Niño”, a OMM afirmou que as condições registradas no final de fevereiro nesta região eram “típicas do final deste episódio” climático, após vários meses nos quais são observadas suas características mais comuns.

Entre elas, se destacaram condições mais secas que o habitual na Austrália, na Indonésia e em Fiji, chuvas excepcionalmente intensas e inundações em partes da África Oriental, enquanto na região sudoeste deste continente aconteceram longos períodos de seca.

A organização científica, vinculada às Nações Unidas, disse que se previu que após o “El Niño” alcançar sua intensidade máxima em novembro e em dezembro de 2006, as condições iam se normalizar em meados de 2007.

No entanto, “o esfriamento foi mais rápido que o previsto” e, “atualmente, são vários os modelos que indicam a possibilidade de começar um episódio do ´La Niña´ nos próximos meses”, declarou a OMM.

Enquanto isto se acrescenta a descoberta de “uma grande caixa d´água mais fria que o normal sob a superfície da região central e oriental do Pacífico equatorial, que, segundo o previsto, diminuirá ainda mais as temperaturas superficiais nas próximas semanas”, declarou.

Kolli disse que o fenômeno “La Niña” costuma ser registrado durante o último trimestre do ano, mas pode ser adiantado ou atrasado em até três meses.

Diante das dúvidas que ainda existem, a OMM disse que seus especialistas em previsão climática continuarão vigiando a situação e informarão de qualquer nova descoberta. (Efe/ Estadão Online)