O estado de Mato Grosso do Sul é, até o momento, o que apresenta mais casos de dengue no país. De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Eugênio Barros, são 63 mil casos notificados até agora, sendo 40 mil apenas na capital, Campo Grande. Em comparação com os dois primeiros meses do ano passado, houve um aumento de mais de 26 mil casos neste ano.
Entre os fatores que contribuíram para o aumento do número de casos, destacam-se a elevação a temperatura e as chuvas, situações comuns no estado, que favorecem a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Barros aponta também a transição de governo e a entrada de um novo tipo de vírus entre os fatores que contribuíram para o surgimento da epidemia.
“Também tivemos a transição de governo de estado, de municípios, e era final de ano, e a gente em recesso, e também entrou um novo vírus. Nós tínhamos tido epidemia pelo (vírus) 1 e pelo 2. E aí começou a entrar o vírus tipo 3, que encontrou toda a população suscetível”, afirmou.
Para controlar a doença, Barros informou que o estado continua fazendo o controle das larvas do mosquito, conforme preconiza o PNCD – Programa Nacional de Controle da Dengue. Ele disse que a população também tem parcela de culpa, porque teria se preocupado menos com o controle da doença nos últimos anos. “Não faz parte do papel do governo ficar limpando quintal todo dia. Então, as pessoas têm que manter suas casas limpas”, disse ele.
Quanto à aplicação de recursos para combater a doença, Barros afirmou que o novo governo pegou um caixa deficitário e veículos de controle do mosquito sem manutenção e sem combustível. “Eu pus o pé aqui dentro já com a epidemia de dengue, eu entrei com a epidemia”, ressaltou. (Irene Lôbo/ Agência Brasil)