O presidente do Equador, Rafael Correa, acusou neste fim de semana a companhia americana Texaco de “crime contra a humanidade” pela poluição na Amazônia.
“O que a Texaco deixou na Amazônia equatoriana representa 30 vezes mais que a catástrofe do Exxon Valdez”, afirmou Correa no sábado, em seu programa semanal de rádio.
“Trata-se de um crime contra a humanidade. Deve-se examinar a possibilidade de um processo, porque aldeias indígenas inteiras desapareceram por causa da poluição na Amazônia”, prosseguiu Correa, um economista socialista muito popular no Equador, no poder desde o dia 15 de janeiro.
Texaco, que extraiu petróleo entre 1964 e 1990 na selva equatoriana e afirmou ter investido US$ 40 milhões em 1998 para despoluir a zona, é objeto de processos na justiça de comunidades indígenas que lhe pedem seis bilhões de dólares.
O presidente equatoriano já anunciou a intenção de retomar o controle do setor petrolífero reexaminando todos os contratos de exploração de petróleo. Todos seus novos projetos são orientados para a China e os países latino-americanos, entre os quais Venezuela e Brasil.
O petróleo é uma das principais fontes de financiamento do Equador, com quase sete bilhões de receitas na exportação no ano passado. As companhias estrangeiras garantem pouco mais da metade (53,8% da produção diária do país (536.000 barris por dia em 2006), que é o quinto maior produtor de petróleo da América do Sul.
(Fonte: France Presse / Folha Online)