De acordo com o estudo, o risco de apagão no país é de até 32% em 2011. “É um estudo alarmista que não agrega nada de útil ao país. Está tendo um jogo pesado para aumentar os preços nos leilões de energia e essa associação está fazendo o jogo desses investidores”, declarou.
Tolmasquim disse ainda que o estudo apresenta problemas e que os dados de oferta e demanda não batem. Ele explicou que o governo está tranqüilo porque fará dois leilões para comprar energia de usinas que começarão a operar em 2010 e 2011.
Além disso, o presidente declarou que os consumidores livres como indústrias e supermercados estão firmando contratos com PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas de biomassa para compra de energia. Esses consumidores foram apontados pelo estudo como os que mais sofrerão com um possível racionamento porque não há energia disponível para eles contratarem.
Apesar da declarada tranqüilidade, Tolmasquim disse que o governo estuda medidas para transformar o modelo do setor elétrico mais seguro. Entre elas está a permissão para despachar as termoelétricas com mais freqüências. Atualmente, essas usinas só geram energia quando o reservatório das hidrelétricas está baixo e a energia termelétrica passa a ser mais barata.
“A idéia é criar um procedimento que permite despachar as termelétricas de maneira antecipada, quando antever que teremos problemas nos reservatórios, para que eles nunca fiquem abaixo de certo nível”, explicou.
O presidente admitiu que isso poderá aumentar o preço da energia para o consumidor, já que a geração termelétrica geralmente é mais cara. “Tem que ter um equilíbrio, porque senão teremos uma segurança monumental e uma tarifa impagável”, disse.
Estudo – O estudo apresentado pelo instituto ontem desenhou quatro cenários para o setor energético no país nos próximos quatro anos. O mais pessimista considera que as obras de usinas atrasarão e que o país crescerá 5% por ano, como prevê o governo. Nesse cenário, o risco de racionamento de energia é de 32% em 2011.
Nos dois cenários intermediários, em que a demanda é alta, mas não há atrasos ou os atrasos ocorrem, mas o país cresce apenas 4%, o risco de apagão é de 28% e 21% respectivamente.
No cenário mais otimista, em que o país cresce em 4% ao ano e as obras são terminadas no prazo, o risco é de 16,5%. (Folha Online)