O País, segundo a secretária, teve uma participação ativa na reunião, realizada em Nova Iorque. A ministra Marina Silva discursou no painel sobre mitigação, na segunda-feira (24). Ela falou sobre a necessidade de os países desenvolvidos assumirem metas mais rígidas de redução de emissões de gases de efeito estufa na atomosfera. Marina Silva disse também que muitos países em desenvolvimento, apesar de não terem metas mandatórias, já estão dando contribuições voluntárias significativas. Citou ainda as experiências brasileiras no combate ao desmatamento, na produção sustentável de biocombustíveis, no uso de fontes renováveis para a geração de energia e a iniciativa, em andamento, de elaboração de um Plano Nacional de Enfrentamento à Mundança do Clima.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também falou sobre as iniciativas do Brasil na área do clima no discurso que proferiu durante a abertura da 62ª sessão da Assembléia Geral da ONU, na terça-feira (25).
O Brasil participou ainda de uma reunião com o presidente da Indonésia, que sediará na cidade de Bali, em dezembro, a próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-13). Na reunião, países líderes em florestas tropicais assinaram um documento, que será levado à COP. O texto é amplo e demonstra a disposição de nações – como Brasil, Indonésia, Camarões, Congo, República do Congo, México, Peru, Colômbia, Gabão – em inserir com mais destaque a questão florestal na discussão dos problemas do clima. Essa inserção é muito importante e foi retardada durante algum tempo. O tema é complexo por que floresta é ser vivo, não é máquina, resíduo ou indústria. O debate, portanto, se torna mais difícil. Mas precisamos trazer a discussão sobre florestas junto com a que se dá sobre outros setores, explica Thelma Krug.
Para a secretária, na Reunião de Alto Nível da ONU foi possível perceber que o clima para a COP é bom, apesar de não haver garantias de que as negociações resultarão em avanços muito significativos. Além das florestas, espera-se que a pauta da conferência inclua também compromissos dos países desenvolvidos na redução de emissões de gases de efeito estufa, esforços adicionais domésticos e Mecanismos de Desenvolvimento Limpo. Se deixarmos Bali com alguma perspectiva de intenção dos países desenvolvidos em aprofundar suas contribuições, sem quantificações, já será uma vitória importante, argumenta. Todas essas discussões se darão no âmbito do debate sobre qual será o caminho a ser adotado depois de 2012, quando encerra o primeiro período de compromissos do Protocolo de Kyoto.
Na COP, o Brasil também poderá avaliar o quanto é possível flexibilizar a proposta que apresentou sobre incentivos positivos a serem concedidos por países desenvolvidos a países em desenvolvimento que reduzirem suas emissões relativas a desmatamento. Propostas de outros países versam sobre esse tema e, provavelmente, será necessário ceder em algum ponto.
Thelma Krug participa, a partir desta quarta-feira (26), de outra Reunião de Alto Nível sobre mudança do clima em Washington, desta vez convocada pelos Estados Unidos. O Brasil vê o encontro proposto pelo presidente norte-americano George Bush com reservas. O País entende que o fórum adequado para as negociações sobre mudança climática é o ambiente multilateral – as Nações Unidas. (MMA)