China lança fundo governamental para financiar esforços para mitigação das mudanças climáticas

A China, um dos maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa, lançou um fundo governamental para canalizar os recursos financeiros obtidos com a venda de créditos de carbono para projetos ambientais. Hoje o país é que gera o maior volume de reduções de dióxido de carbono através de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), com um total de 131 aprovados pela ONU.

Já há algum tempo o país tem resistido a adotar metas para redução das emissões em tratados internacionais, apesar de alegar que está comprometido com a mitigação das mudanças climáticas.

O novo fundo deve receber uma parte do dinheiro pago às empresas chinesas pelo mercado de carbono. O ministro de finanças, Xie Xuren, afirmou que fundo irá apoiar os esforços do país para incentivar medidas de economia energética e proteção ao meio ambiente.

“Até o final de outubro a China tinha aprovado 885 projetos de redução das emissões de GEE, sendo líder mundial na venda de créditos de carbono”, disse Xie Zhenhua, vice-ministro na Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planejamento econômico da China.

Se todos os projetos tiverem sucesso, eles aportarão para as empresas chinesas 15 bilhões de dólares, sendo que três bilhões de dólares irão para o fundo ambiental, disse Zhenhua.

O fundo irá fornecer garantias e empréstimos para apoiar projetos de conservação e programas de educação ambiental do público, disse Xie, o ministro de finanças, sem mais detalhes.

Em pouco tempo, a China deve ultrapassar os Estados Unidos como maior emissor mundial de GEE, e como conseqüência, vários outros danos ambientais serão agravados. Uma pesquisa divulgada na quarta-feira pela Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que o carvão continue reinando na China e Índia em 2030. Hoje, estes países já respondem por 45% do uso de carvão no mundo. Segundo o relatório, em 2030 os maiores poluidores seriam a China, os Estados Unidos, a Índia, a Rússia e o Japão. (CarbonoBrasil)