Temporada de furacões de 2007 deixou rastro de destruição no Oceano Atlântico

A natureza deixou este ano um rastro de destruição na América Central, no Caribe e no México, em uma temporada de furacões que termina oficialmente nesta sexta-feira (30) e que pouco afetou os Estados Unidos.

A pior parte da temporada, que começou em 1º de junho, “aconteceu claramente no Caribe”, disse à Agência Efe Dennis Feltgen, meteorologista e porta-voz do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, com sede em Miami.

As previsões dos meteorologistas, os quais anteviram uma intensa temporada de furacões no Atlântico para este ano, se concretizaram com a formação de 14 tempestades tropicais e seis furacões (“Dean”, “Félix”, “Humberto”, “Karen”, “Lorenzo” e “Noel”), dois deles de categoria 5 na escala Saffir-Simpson, com ventos de mais de 250 km/h.

Frente às críticas feitas por alguns veículos de imprensa sobre a exatidão das previsões meteorológicas, Feltgen disse que é comum perceber “uma idéia falsa”, de que “todas as tempestades vão chegar à terra firme”.

“O que o NHC disse é que esta seria uma temporada ativa”, destacou o cientista, acrescentando que os meteorologistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA “previram corretamente o número de tempestades esperadas” para 2007.

Em maio deste ano, a NOAA previu a formação de entre 13 e 17 tempestades tropicais para a temporada de 2007 no Oceano Atlântico, das quais entre sete e dez chegariam ao estágio de furacões.

O “Dean”, o primeiro furacão da temporada no Atlântico, foi um furacão de categoria 5 com ventos de 260 km/h que deixou pelo menos 13 mortos após sua passagem em agosto pelo Caribe, além de ter matado outras 10 pessoas e deixado mais de 70 mil desabrigadas no México.

Um mês depois veio o furacão “Lorenzo”, que arrasou os estados mexicanos de Veracruz e Puebla, onde seis pessoas foram mortas pelas inundações e pelos deslizamentos de terra.

Ainda em setembro, o furacão “Félix”, também de categoria 5, deixou 53 mortos, 105 desaparecidos, mais de 100 mil desabrigados e cerca de 10 mil casas destruídas na Nicarágua.

No entanto, o número de mortos após a passagem de “Félix” subiu para 105 com a morte de 52 indígenas em território hondurenho.

As comunidades indígenas dos misquitos e dos mayagnas da Nicarágua, localizadas em zonas isoladas do país, foram as mais afetadas, tanto que ainda hoje há regiões sem energia elétrica e serviços de água e telefone.

A destruição e a morte deixaram de luto Haiti, República Dominicana e Jamaica em outubro passado, quando o furacão “Noel” matou pelo menos 114 pessoas, além de ter deixado milhares de desabrigados e muitos desaparecidos.

Apesar do Governo dominicano ter demorado a reconhecer a intensidade da destruição, a comunidade internacional respondeu rapidamente, enviando ajuda humanitária e de emergência.

Para Dennis Feltgen, é de vital importância que os Governos e a população entendam a importância da prevenção diante “do atual período de grande atividade de furacões, que começou em 1995 e que pode durar de 20 a 30 anos”.

A necessidade de tomar medidas mais rigorosas para enfrentar os furacões foi um dos alertas constantes do cientista Herbert Saffir, que criou a escala de medição da intensidade de furacões que leva seu nome e o de seu colega Robert Simpson.

Saffir morreu em Miami no último dia 21, de ataque cardíaco, aos 90 anos de idade, após uma vida dedicada a desenvolver métodos para medir a intensidade dos furacões.

A escala Saffir-Simpson é utilizada regularmente desde os anos 70 para medir a força e a velocidade dos ventos dos furacões, dividida em cinco níveis, de 1 a 5, quando os ventos alcançam os 250 km/h. (Yahoo Brasil)