49% dos brasileiros acreditam que mudarão de endereço por causa do clima

Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos em 34 países avaliou a percepção da população global sobre quais são e serão os efeitos da crise climática em suas vidas

Quase metade dos brasileiros acreditam que vão mudar de endereço por causa de mudanças climáticas (Foto: Kelly Sikkema/ Unsplash)

Não há como negar que as mudanças climáticas no planeta Terra estão cada vez mais aceleradas e, com isso, cresce a sensação de urgência para lidar com essa crise. Uma nova pesquisa do Instituto Ipsos, empresa de pesquisa e inteligência de mercado, mediu a percepção da população mundial sobre quais são e serão os impactos reais dessa problemática em suas vidas.

O estudo, chamado “Mudanças Climáticas: Gravidade dos Efeitos e Expectativas de Deslocamento”, foi realizado em 34 países respondentes ao Instituto e entrevistou mais de 20 mil pessoas. No Brasil, 49% acreditam que vão precisar mudar de endereço nos próximos 25 anos devido às mudanças climáticas. O índice está bem acima da média global, que é de 35%.

“Esse é um número muito robusto, e mostra que de fato temos uma parcela grande que realmente enxerga esse risco daqui para frente”, afirma Priscilla Branco, public affairs da Ipsos, em entrevista à GALILEU. “Embora o debate sobre mudanças climáticas esteja avançando, as populações deslocadas e refugiados climáticos precisam ganhar visibilidade daqui para frente, e essa pesquisa contribui muito para isso”.

A pesquisa também perguntou aos participantes as suas perspectivas sobre os efeitos das mudanças climáticas nos locais que moram nos próximos 10 anos. A média global neste cenário é idêntica à registrada no Brasil: 71%.

O terceiro e último quadro temporal medido pelo estudo se refere ao presente, ou seja, se as pessoas já sentem os impactos da crise climática em suas vidas. Sobre isso, 63% dos brasileiros afirmaram que esse cenário já teve um efeito grave onde vivem. A média global é de 56%.

Para Priscilla, a decisão metodológica de abordar três quadros temporais (passado, presente e futuro) oferece uma noção de como está a percepção de urgência na população e como as pessoas estão projetando esse problema em suas vidas. “Este é com certeza um alerta grave para um problema antes tratado em nichos mais acadêmicos, e que hoje está mais disseminado na sociedade”, completa.

Fonte: Galileu