A temperatura média registrada na região próxima ao Pólo Norte sofreu durante todo o século passado um aumento acumulado de cerca de 2 graus Celsius – o dobro do aquecimento médio global no mesmo período.
Até agora, este aumento se explicava pela diminuição do efeito albedo, ou seja, a reflexão da radiação solar ao incidir sobre o planeta.
Onde o gelo derreteu, o calor da radiação solar foi absorvido pelas águas geladas do oceano Ártico, o que contribuiu para seu reaquecimento.
Sem questionar o fenômeno, uma equipe de climatologistas da Universidade de Estocolmo, coordenada por Rune Garversen, demonstrou que o transporte de calor na direção do Pólo Norte na troposfera, zona inferior da atmosfera que se eleva até 10.000 metros sobre o nível do mar, desempenhou talvez um papel ainda maior.
O rápido aumento da temperatura na região Ártica poderia ser resultado da duplicação da concentração de CO2 na atmosfera, segundo modelo citado pela revista, que ignora propositalmente a diminuição do efeito albedo.
“O reaquecimento adicional do Ártico se deve a um maior transporte atmosférico de calor e umidade em direção ao norte”, afirmaram os climatologistas suecos.
Além disso, a equipe destaca que o forte reaquecimento do Ártico também se observa durante os meses de inverno, enquanto a região fica a maior parte do tempo no escuro e o efeito albedo praticamente inexiste.
Segundo observações de satélites realizadas durante as duas últimas décadas do século XX, a cobertura de nuvens se reforçou durante o verão, o que contribuiu para o reaquecimento da atmosfera na altitude onde se encontram estas nuvens. O vapor d’água é um gás de efeito estufa ainda mais potente que o CO2.
Em dezembro, pesquisadores americanos anunciaram que a superfície do gelo ártico que derreteu durante o verão boreal de 2007 foi 30 vezes superior à de verões anteriores e alcançou uma área mais de três vezes o tamanho da França. (Yahoo Brasil)