O Informativo Preliminar Diário da Operação do dia 8 de janeiro, publicado nesta quarta pelo ONS, mostra ligeira queda de 0,1 ponto porcentual no nível de armazenamento das usinas das duas regiões, para 44,7% da capacidade total.
Por conta disso, a diferença entre a curva do nível de armazenamento dos reservatórios e a curva de aversão ao risco (CAR), referência do operador para o volume de água necessário que garantiria o abastecimento do mercado com segurança, diminuiu ainda mais. A variação para CAR caiu de cinco pontos porcentuais, no dia 7, para 4,3 pontos porcentuais, no dia 8, tendo em vista que a CAR foi elevada de 39,8% para 40,4% no mesmo período.
A situação é ainda mais grave porque as usinas do Sudeste e Centro-Oeste estão tendo de enviar energia ao Nordeste desde o fim do ano passado. A situação na região, porém, registrou ligeira melhora. No Nordeste, o nível dos reservatórios avançou de 27% para 27,1%, do dia 7 para o dia 8. No Sul, o documento informa recuo de 0,3 ponto porcentual no volume de água nos reservatórios da região, para 74% da capacidade total.
Racionamento – A falta de chuvas no País preocupa o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já admite a possibilidade de racionamento de energia ainda neste ano.
O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, afirmou na terça que “não é impossível” que o Brasil passe por um novo racionamento de energia ainda em 2008. “Não estou dizendo que vai ter problema. Não é impossível haver um racionamento este ano, mas o mais provável é que não tenha”, disse ele.
Kelman defendeu até um contingenciamento para evitar situação parecida com a de 2001, quando a sociedade foi pega de surpresa e o governo teve de elaborar um plano de racionamento às pressas. No início, as medidas eram tratadas como racionalização. “Você só discute temas como apólice de vida e sepultura quando você está bem de saúde. Assim deve ser com coisas desagradáveis, como o racionamento. Esse assunto deve ser discutido muito antes. Não sob pressão.”
Além de elaborar um plano de contingenciamento para um eventual apagão, o governo também deveria fazer campanhas para estimular a população a economizar recursos energéticos, disse Kelma. (Estadão Online)