Entre 1990 e 2005, 26% do desmatamento mundial, equivalente a 3,7 milhões de hectares, foram registrados nos países que abrigam a Amazônia: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela.
Devido à forte densidade de carbono nas florestas, a cifra corresponde a cerca de 46% das emissões globais de CO2 resultantes do desaparecimento das florestas, segundo o estudo.
A idéia de fixar um preço para cada árvore correspondente ao carbono que armazena durante toda sua vida, evitando o corte das florestas, está ganhando adeptos nas conferências internacionais sobre o clima.
O conceito é que cada tonelada preservada seja compensada com créditos que possam ser vendidos no mercado global de carbono.
Os grandes países que abrigam vastas extensões de florestas como o Brasil e a Indonésia apóiam a criação desse tipo de mecanismo batizado de “redução de emissões procedentes do desmatamento ou degradação”.
Trata-se, também, de uma das opções estudadas pelos países signatários do CNUCC (Acordo de Princípio da ONU sobre Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), que trabalham atualmente num texto que substituirá o Protocolo de Kyoto.
O desmatamento no mundo é responsável por 20% das emissões de CO2, superando o conjunto das indústrias de transporte. Sua redução permitirá diminuir as emissões de gases de efeito estufa, consideradas responsáveis pela mudança climática.
Mercado de carbono
O estudo também aponta que o mercado de carbono pode gerar bilhões de dólares a cada ano que contribuiriam para evitar a devastação de florestas tropicais, como a própria Amazônia.
Uma redução de 10% do desmatamento no mundo geraria entre 2,2 e 13,5 bilhões de dólares anuais no mercado de carbono, segundo os autores do estudo.
(Fonte: Folha Online)