Após um encontro com a comissária européia de Agricultura, Mariann Fischer Boel, os representantes da UE (União Européia) e dos Estados Unidos concordaram em que o comércio pode contribuir para reduzir o aquecimento global, mas mediante a liberalização, e não com maior protecionismo.
Mandelson deixou claro que as restrições ao comércio “não são o caminho” para reduzir as emissões poluentes e disse que isso resultaria em um aumento dos custos.
Desta maneira, Mandelson e Schwab declararam sua rejeição à proposta do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de criar novas taxas sobre as importações das empresas da indústria pesada que estejam em países que não cumpram os compromissos de Kyoto.
Em seu encontro, Mandelson e Schwab avaliaram o estado das negociações sobre a Rodada Doha na OMC (Organização Mundial do Comércio) e acreditam que os países-membros chegarão a um acordo ainda este ano para concluir este processo, iniciado em 2001.
A representante americana destacou que as discussões técnicas devem acontecer “o mais rápido possível”, enquanto Mandelson disse que “a hora da verdade para Doha está muito próxima.”
Mandelson e Schwab se reunirão esta semana em Davos (Suíça), no Fórum Econômico Mundial, com os ministros do Comércio de mais de vinte países. Segundo o comissário europeu, poderia sair um plano diretor definitivo deste encontro.
Eles discutiram ainda várias disputas bilaterais, como os obstáculos impostos pela Europa à comercialização de OGM (Organismos Geneticamente Modificados) procedentes dos Estados Unidos, as queixas da indústria européia pelos subsídios americanos ao setor de combustíveis e o bloqueio às importações de carne de ave dos EUA.
Em relação aos protestos da indústria européia contra o apoio americano à produção de biodiesel, Mandelson deixou claro que a União Européia estudará seriamente a questão.
Já Schwab afirmou que o governo americano está trabalhando com o Congresso para garantir o respeito às normas da OMC neste âmbito.
Os representantes também analisaram a adesão da Rússia à OMC e declararam seu apoio às pretensões de Moscou, mas deixaram claro que ainda há “assuntos pendentes” que dependem diretamente das autoridades russas. (Folha Online)