Eles sequenciaram o genoma completo do Trichoderma reesei e encontraram indícios importantes sobre como ele quebra as fibras das plantas nos açúcares simples necessários para produzir combustível à base de plantas.
Apesar de seu apetite por algodão e outras plantas fibrosas terem causado problemas às tropas, o fungo pode mostrar uma maneira de como usar ‘switchgrass’ (tipo de capim) e outras plantas que não são alimentos para a produção de biocombustíveis, disseram os pesquisadores no Nature Biotechnology.
Uma barreira ao uso de plantas que não são alimentos para produzir biocombustíveis tem sido a dificuldade em convertê-las em açúcar. Alimentos como milho são convertidos mais facilmente.
“Nossa análise, junto com os dados do sequenciamento de genoma, fornece um mapa para a construção de cepas de T. reesei para aplicações industriais como a produção de biocombustível”, escreveu Diego Martinez, do Laboratório Nacional Los Alamos, e seus colegas.
O fungo já tem sido explorado comercialmente. “Ele tem uma antiga história de uso seguro para a produção de enzima industrial”, escreveram.
Mas a análise genética derrubou algumas hipóteses sobre como ele funciona.
Ele usa as enzimas que cria para quebrar as fibras das plantas, transformando-as na forma mais simples de açúcar, conhecida como monossacarídeo. Mas ele possui menos genes dedicados à produção de enzimas que consomem celulose do que outros fungos.
“Estamos cientes da reputação do T. reesei como produtor de grandes quantidades de enzimas degradantes. Entretanto, ficamos surpresos com a pouca quantidade de tipos de enzimas que ele produz, o que nos sugere que seu sistema de secreção de proteínas é excepcionalmente eficiente”, disse Martinez, que também pertence à Universidade do Novo México, em um comunicado.
O T. reesei pode ser produzido em escala industrial para secretar suas enzimas que consomem fibras, que por sua vez podem ser adicionadas às plantas para produzir açúcar. O açúcar pode então ser fermentado por levedura para produzir etanol.
“A informação contida em seu genoma vai permitir que possamos entender melhor como esse organismo degrada a celulose com tanta eficiência, além de como ele produz as enzimas exigidas de maneira tão extraordinária”, disse Joel Cherry, da Novozymes, empresa de biotecnoliga dinamarquesa que participou do estudo.
“Usando essa informação, pode ser possível melhorar essas duas propriedades, reduzindo o custo de conversão de biomassa celulósia em combustíveis e substâncias químicas”, disse Cherry. (Fonte: Estadão Online)