No total, o bloco gastou pelo menos 90 milhões de euros apenas nesse programa. Na avaliação da comissária, o etanol é parte da solução energética da Europa. O dinheiro liberado agora será utilizado para financiar pesquisas no desenvolvimento da segunda geração de biocombustíveis, que teriam um impacto ambiental menor.
Para a UE, um motivo estratégico para o uso do etanol é acabar com a dependência na importação do petróleo. “Biocombustíveis são uma política de seguro contra nossos futuros problemas de abastecimento”, afirmou a comissária. Segundo ela, 98% do petróleo na UE é importado. “Teremos um problema sério quando as torneiras fecharem um dia e o biocombustível é parte da resposta a isso”, alertou.
Impacto no preço dos alimentos – “Não haverá volta atrás”, garantiu, em relação ao uso do biocombustível na Europa. Há cerca de dois anos, a UE anunciou a opção do etanol como solução para vários de seus problemas. Mas, em uma mensagem ao Brasil e Estados Unidos, o bloco deixou claro que irá insistir em critérios duros para a entrada de biocombustíveis que não respeitem o meio ambiente e aspectos sociais.
A UE ainda quer evitar importar etanol que esteja contribuindo para uma distorção no fornecimento de alimentos. Nesta terça, Bruxelas voltou a defender o etanol e isentou o combustível de estar causando a inflação.
Segundo o bloco, apenas 1% do cereal produzido no bloco vai para o biocombustível, o que não explicaria as altas. Os europeus, porém, alertam que os incentivos dados nos Estados Unidos para o etanol de milho teve um papel na alta dos preços do produto.
Já o cumprimento da meta de ter 10% dos carros movidos a etanol até 2020 teria um impacto também na Europa. Os preços dos cereais aumentariam entre 3% e 6% e outros produtos poderiam aumentar e até 15%.
Por isso, a UE pede que a expansão do etanol tanto na Europa como no resto do mundo ocorra com o uso “responsáveis de terras”. Segundo os europeus, a previsão é de que até 2016, 43% da produção de milho nos Estados Unidos vá para os combustíveis. Isso afetaria a oferta de alimentos.
Não por acaso, a UE quer ter certeza de que critérios de sustentabilidade ambiental e social serão seguidos para qualquer empresa que pretenda exportar etanol ao mercado europeu. (Fonte: Estadão Online)