Essa “varredura de gelo” ocorre ao longo de costas marinhas em altas latitudes em águas de até 490 metros de profundidade, dependendo do tamanho do iceberg. Ela desestabiliza o fundo do oceano da mesma forma que um incêndio florestal ou uma enchente desestabilizam a paisagem. Mas cientistas sabem muito mais sobre o impacto ecológico de terras comprometidas do que sobre o fundo do mar prejudicado por esse fenômeno.
Um estudo realizado por pesquisadores do Serviço Antártico Britânico joga luz sobre o pouco conhecimento existente sobre a varredura de gelo. Trabalhando em águas de até 24 metros de profundidade na Península Oeste da Antártica, Dan A. Smale e seus colegas colocaram marcadores de concreto no fundo do mar e observaram quais eram atingidos. Smale disse que as descobertas, relatadas na revista “Science”, tiveram implicações para a biodiversidade do fundo do mar na Antártica. Em escalas regionais, a varredura pode criar um ciclo de ambientes prejudicados e em recuperação com o tempo, com diferentes espécies habitando cada um deles.
Os pesquisadores também descobriram que em anos mais frios ocorrem menos varreduras, quando o gelo fica ancorado à costa por mais tempo. Isso tem implicações para o futuro, quando condições mais quentes podem fazer com que um número maio de icebergs se mova pelo oceano por mais tempo e varram ainda mais o fundo do mar. (Fonte: G1)