O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) atribuiu a redução no índice de desmatamento a uma série de medidas implementadas pelo governo para mudar o quadro na região amazônica. “Não é sorte, é trabalho, trabalho e trabalho, sobretudo do Ibama, com apoio do Instituto Chico Mendes e da Polícia Federal”, afirmou.
Apesar da redução, Minc disse que os índices atuais ainda são “alarmantes” ao afirmar que seu objetivo no governo é diminuir bruscamente o desmatamento na Amazônia Legal. “Esses dados não nos animam, acho esses dados muito altos, não estamos comemorando. O dado geral não é mal, mas como ambientalista não me consola ver tanto a Amazônia desmatada. Não vamos afrouxar o controle, vamos intensificar”, afirmou.
Minc disse que o Estado que registrou maior redução no desmatamento em junho foi o Pará, se comparado ao mês de maio deste ano – com menos 500 km² de áreas desmatada. Em segundo lugar aparece o Mato Grosso, que reduziu em cerca de 360 km² as áreas afetadas. Segundo o ministro, os Estados de Rondônia, Maranhão e Amazonas praticamente mantiveram os índices de desmatamento registrados em maio.
O ministro disse esperar maior redução no desmatamento em julho uma vez que entrou em vigor, este mês, resolução do Banco Central que bloqueia o crédito rural a produtores que tenham desmatado ilegalmente suas propriedades.
“O dado caiu, mas não vamos soltar rojão. Não vamos nem parar para tomar fôlego. Estou otimista porque em julho já vamos ter o efeito de resolução do Banco Central.”
Fiscalização – Minc também atribui a redução do desmatamento ao aumento no número de operações de fiscalização na região amazônica. Entre julho e agosto deste ano, o ministro disse que serão realizadas 45 operações de combate ao desmatamento por dia. Segundo Minc, no início do ano o número de operações era de apenas 25. “A gente praticamente dobrou, com forças novas e aliadas, as ações contra a degradação ambiental”, afirmou.
Apesar da cautela em comemorar a redução no desmatamento, Minc se mostrou otimista ao afirmar que as nuvens estavam mais “abertas” em junho – o que permitiu identificar focos de desmatamento de maneira mais exata na região amazônica.
“Tanto em maio de 2008 teve mais abertura nas nuvens que em maio de 2007, como esse mês agora esteve aberto, com o total de 72% de abertura, uma grande visibilidade, enquanto a média é de 50%. A expectativa era aumentar o desmatamento, mas diminuiu.”
Minc disse que a redução no desmatamento foi maior em junho depois de meses consecutivos de aumento (com exceção de maio), embora a gestão da ex-ministra Marina Silva (Meio Ambiente) tenha diminuído a área degradada na Amazônia Legal.
“O resumo da ópera é que a administração da Marina com uma série de medidas conseguiu diminuir substancialmente o desmatamento. A preocupação é que a partir de novembro do ano passado começou a subir praticamente todos os meses. No mês que vem, vamos ter uma ampla noção para fechar o dado de desmatamento do Brasil. A grande coisa que aconteceu era que havia expectativa de aumento, mas agora a expectativa é de queda, mesmo (julho) sendo mês péssimo para o desmatamento”, afirmou. (Fonte: Gabriela Guerreiro/ Folha Online)