Governo da Bolívia abre crise com Brasil sobre Rio Madeira

O governo boliviano, por meio de seu Ministério de Relações Exteriores, pediu explicações e declarou sua preocupação pela concessão da licença para a usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. Com base nisso, suspendeu as conversas bilaterais que os dois países mantinham para discutir o tema. Em carta entregue para a embaixada brasileira em La Paz, o ministério boliviano manifestou “profunda preocupação” a respeito da concessão da licença, concedida no dia 12 de agosto.

A carta também manifesta desconcerto pela falta de consideração sobre as preocupações manifestadas pelo ministro de relações exteriores do Brasil, Celso Amorin, e o da Bolívia, David Choquehuanca Céspedes, sobre as “ações que se realizaram em território boliviano de maneira inconsulta, como se constata no Projeto Básico Ambiental para a construção da usina Santo Antônio”.

Por fim a carta, assinada no dia seguinte à concessão da licença (13), pediu o adiamento da reunião técnica que seria realizada entre os dois países, nos dias 18 e 19, e que foi suspensa. O governo boliviano pede que seja marcada a data após três semanas, para que nesse tempo possa receber do governo brasileiro “informações sobre as inquietudes expressadas”.

Essa não é a primeira vez que o governo boliviano questiona o processo de licenciamento das usinas do Rio Madeira. Há um ano, a Bolívia enviou uma lista de 21 perguntas e demandas de informação ao executivo. A sociedade civil boliviana acusa o governo brasileiro de abusar de seu direito ao desenvolvimento ao impor os custos econômicos, sociais e ambientais a outro país.

Leia a carta na íntegra (em espanhol).

(Fonte: Amazonia.org.br)