Nem Ibama encontra maior desmatador da Amazônia

Figura desconhecida do meio agrário paraense, Léo Andrade Gomes, listado nesta semana como a pessoa física que mais desmatou no país, ainda não foi encontrado nem pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para notificá-lo sobre uma multa.

O instituto mandou a notificação de uma autuação no valor R$ 13,4 milhões para dois endereços diferentes, no Maranhão e na Bahia, mas a documentação voltou, e ele teve que ser avisado oficialmente por edital.

Ele também não indicou um advogado para representá-lo no processo. Como Gomes perdeu o prazo para apresentar defesa, ele deve se tornar um devedor da União.

Segundo a lista divulgada na última segunda-feira (29) pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), Gomes desmatou mais de 15,2 mil hectares em dois focos diferentes, em Santana do Araguaia e Santa Maria das Barreiras, no sudeste do Pará.

Em ambos os autos de infração, um deste ano e outro de 2006, o nome da propriedade era o mesmo – Fazenda Cachoeira Alta.

A multa de 2006, de R$ 18 milhões, também não foi paga. Gomes – ou alguém em seu nome – entrou com um recurso no Ministério do Meio Ambiente, que ainda não foi julgado, segundo o Ibama.

A Folha conversou com fazendeiros de Santana do Araguaia e nenhum deles disse que conhecia ou que já tinha ouvido falar de Andrade, que também não figura no Sindicato de Produtores Rurais da cidade nem é associado da Faepa (Federação de Agricultura e Pecuária do Pará).

Segundo um funcionário do Ibama, é possível que ele seja “laranja” de outro fazendeiro. (Fonte: João Carlos Magalhães/ Folha Online)