O documento foi articulado pelo Observatório do Clima e é assinado por ONGs como Instituto Socioambiental (ISA), Conservação International (CI), Greenpeace, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy (TNC), entre outras.
Estabelecer metas obrigatórias para redução de emissões é uma medida que a diplomacia brasileira, e a de outros países em desenvolvimento industrializados, como China, Índia e África do Sul, resiste historicamente a aceitar. O argumento é que os países ricos queimam combustíveis fósseis há muito mais tempo e, por isso, têm responsabilidade acumulada maior com o aquecimento global. A negativa dos países em desenvolvimento é usada como argumento por nações como os EUA, que não aderiram ao Protocolo de Kyoto, o primeiro acordo internacional para redução de gases-estufa.
No documento que será entregue a Minc nesta quarta, as entidades criticam especificamente a “ausência de avanços sobre as principais fontes de emissões brasileiras, a mudança do uso do solo e desmatamento” – a maior parte dos gases-estufa emitidos pelo país vêm da destruição de florestas, mas há uma recusa em estabelecer metas obrigatórias de redução do desmatamento. As ONGs também cobram mais atenção para o controle dos desflorestamento em biomas não-amazônicos, como o cerrado.
Sobram críticas, ainda, aos planos envolvendo energias não-fósseis, com potencial para agravar menos o aquecimento global. As ONGs criticam os planos de expansão da energia nuclear e pedem “salvaguardas socioambientais” para a produção de biocombustíveis, a qual pode levar a mais desmatamento, por exemplo.
(Fonte: G1)