Fundo Amazônia precisa chegar às populações locais, diz ambientalista

Para conseguir um efetivo controle sobre o desmatamento, o Fundo Amazônia precisa alcançar agricultores e pequenas populações locais, que mantiveram a floresta em pé. Essa é a posição da ambientalista Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental (ISA), representante da sociedade civil no comitê que definirá a aplicação dos recursos provenientes do fundo.

“O fundo tem que ter condições de fazer esses recursos chegarem às populações locais, deve privilegiar projetos que descentralizem recursos. Não podemos apostar no fundo apenas para fazer gestão ambiental e controle e fiscalização”, defende. Ela frisa também que a aplicação do dinheiro deve compensar as pessoas que conservaram a floresta além do exigido pela legislação.

Segundo Ramos, até o final do ano as regras básicas de funcionamento do Fundo Amazônia estarão definidas. A destinação do dinheiro, contudo, deve acontecer apenas em março de 2009.

Mais envolvimento – A ambientalista também defende um envolvimento maior de outros ministérios – além do Meio Ambiente – na conservação das florestas. “Quem está realmente envolvido em assumir o combate ao desmatamento é o Ministério do Meio Ambiente. Os setores responsáveis pelo fomento ao uso sustentável, pelo maior aproveitamento das áreas abertas, estão se eximindo desse controle. É o caso do Ministério da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior”, aponta.

Para Ramos, a criação do Fundo Amazônia pode estimular outras áreas do governo a prestar mais atenção às questões ambientais. “Ele tem também a função de fomentar outros setores do governo a assumirem os seus papéis”.

Outro ponto importante, segundo a ambientalista, é que o fundo possa ajudar os estados a se preparar para fiscalizar os projetos de extração de madeira. “Eles receberam a atribuição de fazer a gestão florestal, e não estão preparados para lidar com esse controle”, afirma. (Fonte: G1)