Maranhão concentra 45 mil focos de incêndio em 2008

Com a chegada da época da queimada da cana, aumentam os focos de incêndio nas matas do interior do país. No Maranhão, o costume de incendiar a floresta com tochas, somado ao vento e o calor da região, fazem do estado um dos mais suscetíveis a queimadas. Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) rastrearam neste ano 388 mil focos de incêndio no país, 45 mil só nesse estado.

Não existe brigada contra incêndio na maioria dos municípios maranhenses. São os próprios trabalhadores que têm que controlar o fogo. “Os olhos ficam vermelhos, dói a cabeça”, reclama Antônio Vieira, de 78 anos.

As queimadas atormentam os criadores de animais, que precisam redobrar a vigilância. “O fogo queima a terra de trabalho, o pasto. A gente tem que prestar muita atenção para não ficar perdido”, diz o criador Francisco Vieira.

Em Ribeirão Preto (SP), cidade que é a maior produtora de cana do país, um acordo assinado entre governo e produtores antecipa de 2021 para 2014 o fim das queimadas nas lavouras. Só metade da colheita nos canaviais paulistas é feita manualmente, com o uso de fogo.

No Nordeste, os incêndios ainda tiram o sono de quem vive em casebres de palha. A agricultora Maria Inalda Fernandes perdeu a casa e tudo o que tinha dentro após a passagem do fogo. “Quando você pensa que não, o fogo pega a casa. A faísca pode voar de longe”, ela diz. (Fonte: G1)