Cada um dos escolhidos terá entre R$ 2,1 milhões e R$ 7,2 milhões para gastar até 2011. Várias áreas do conhecimento, como saúde, Amazônia, agronegócio, células tronco, ciências sociais, tecnologia da informação e física foram contempladas pelos consultores.
Apesar de a maioria dos institutos estar no Sudeste – são 36 só em São Paulo -, a maior novidade está na Amazônia, que ganhou oito. Os centros vão estudar assuntos que vão de biodiversidade até madeira e energias renováveis.
A idéia dos institutos é induzir pesquisa nas universidades, que vêm crescendo mais rápido do que o sistema nacional de ciência e tecnologia. O ministério assume, assim, o papel de escolher as áreas estratégicas nas quais as universidades irão centrar seus esforços.
No lançamento dos institutos, ontem em Brasília, o ministro Sergio Rezende afirmou que dinheiro hoje não é mais o maior problema. “Nós teremos de acompanhar de perto os institutos”, disse, deixando claro que o desafio é obter resultados de qualidade.
Segundo Rezende, a idéia é evitar os mesmos resultados pouco práticos obtidos pelos institutos do milênio, programa governamental criado em 2001 que distribuiu quase R$ 200 milhões para 34 grupos de pesquisa considerados estratégicos para o país.
“Os relatórios apresentados pelos institutos do milênio foram muito burocráticos. Nós agora vamos acompanhar tudo mais de perto. Queremos agora menos palavras e saber mais do que já foi feito (pelos grupos de pesquisa)”, afirmou o ministro.
Segundo Rezende, entre o primeiro e o segundo ano de financiamento dos institutos, haverá um “cartão amarelo” para quem não tiver produzindo como o esperado. “E, no terceiro ano, poderemos até retirar os recursos”, disse. Os institutos que funcionarem poderão ganhar uma extensão de dois anos da verba.
Apesar de a lista de contemplados ser abrangente, o ministério declarou que existem lacunas a serem preenchidas. “Nós precisamos, por exemplo, de um instituto de paleontologia e arqueologia. Mas a única proposta que apareceu, vinda do Nordeste, era muito ruim”.
A área de petróleo e gás foi outra lacuna mencionada por Rezende. Segundo ele, apesar de alguns grupos terem sido contemplados, é preciso mais institutos nesse campo.
Apesar de todos os institutos serem voltados para a área acadêmica, isso não significa, segundo Marco Antonio Zago, presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que apenas resultados de pesquisa básica serão gerados. “Haverá transferência de tecnologia.” (Fonte: Eduardo Geraque/ Folha Online)