Richard Muyungi, um funcionário do governo da Tanzânia que preside o Conselho de Adaptação do Fundo, disse à Reuters à margem das conversações da ONU sobre clima, que se realizam de 1 a 12 de dezembro, em Poznan, que os doadores têm de pagar vários milhões de dólares com urgência apenas para manter o fundo funcionando.
“Precisamos de dinheiro o mais rápido possível, porque não podemos nem sequer realizar uma reunião em março”, disse Muyungi.
Ele pediu aos países mais ricos que façam maiores doações para bancar a implementação, pelas nações pobres, de medidas para lidar com os impactos do aquecimento global, incluindo mais secas e inundações, queda na produção de alimentos e elevação dos mares.
O Fundo de Adaptação ainda terá de começar a desembolsar recursos porque o conselho diretor passou o ano trabalhando em questões técnicas e legais. Os governos estão tentando definir os detalhes finais para que projetos concretos possam ser iniciados em 2009.
Os negociadores em Poznan também se desentenderam sobre como gerenciar as fontes de recursos, embora Muyungi disse acreditar que um acordo possa ser alcançado até o final da próxima semana.
A principal fonte de recursos do fundo será a arrecadação de 2 por cento sobre projetos de um mecanismo da ONU que permite a países ricos investir em programas de energia limpa no mundo em desenvolvimento em troca de compensação de emissões de carbono.
“A adaptação está de fato se tornando uma questão importante agora, os impactos estão aumentando, os países estão se tornando mais vulneráveis,” disse Muyungi. O secretariado do fundo não recebeu todo o valor de um orçamento de quase 4 milhões de dólares que almeja para cobrir os gastos de 2008 e metade dos de 2009.
“Estimativas indicam que o fundo vai alcançar com dificuldade 900 milhões de dólares até 2012, mas isto não é suficiente em termos das necessidades de adaptação dos países, por isso está mais que na hora de (governos) colocarem dinheiro nele.”
A ONU diz que até 2012 serão necessários 86 bilhões de dólares por ano para os países pobres se adaptarem ao aquecimento global. Grupos de ajuda pedem pelo menos 50 bilhões de dólares.
Especialistas alertam que o fracasso para um acordo em Poznan para o início do lançamento de projetos pode fazer retrocederem os esforços para um novo pacto amplo sobre o clima até 2009, em Copenhagen, para suceder ao protocolo de Kyoto.
(Fonte: Estadao.com.br)