O aquecimento global, que também causa secas, e a poluição gerada por carros e queimadas devem fazer da cidade australiana um risco à saúde, de acordo com Martin Cope, da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO, em inglês).
Os mais afetados serão os idosos e os portadores de asma e distúrbios cardíacos. “Estamos falando em triplicar o número de internações hospitalares devido a quadros respiratórios”, afirmou Cope à Reuters de Perth, no oeste da Austrália, onde participa da conferência chamada Greenhouse 2009 (“estufa 2009”).
“Haverá mais dias mais quentes, mais noites mais quentes, e uma população mais idosa. É certamente algo que queremos planejar de antemão”, disse ele, ressalvando que a situação não será tão ruim se a cidade passar a emitir menos carbono.
A equipe de Cope na CSIRO usou modelos informatizados para prever o clima urbano de Sydney e testar os efeitos de temperaturas de 1 grau a 4 graus Celsius superiores às máximas anuais atuais.
“A julgar pelo modelo, estamos vendo um aumento de 20 por cento no número de dias acima de 30 graus. Pode-se ver um aumento de 100 por cento no pequeno número de dias com temperaturas extremas (acima de 40 graus)”, afirmou.
A temperatura mais elevada afeta a saúde dos idosos e intensifica a poluição atmosférica, segundo ele. Isso ocorre por causa da interação da luz do sol com substâncias liberadas pela queima de combustíveis fósseis e por outras atividades, como a pintura, o corte de grama e o cultivo de eucaliptos.
Cope disse que o impacto sobre os idosos será ainda mais grave porque a população maior de 65 anos deve dobrar até 2060 em Sydney.
“Estamos falando em praticamente duplicar as mortes relacionadas ao estresse por calor. Se você levar em conta a mudança demográfica, pode-se falar em duplicar outra vez”, afirmou.
A previsão para 2060 também é de verões mais secos, com mais tempestades de poeira e mais risco de incêndios florestais.
De acordo com ele, os modelos indicam que medidas para melhorar o isolamento térmico das casas e reduzir as ilhas de calor urbano atenuariam o impacto das mudanças. A adoção de carros elétricos e híbridos também seria positiva, segundo o cientista. (Fonte: Estadão Online)