As águas do Lago Esieh sibilam, borbulham e estouram enquanto um poderoso gás de efeito estufa escapa de seu leito.
Do tamanho de cerca de 20 campos de futebol, o lago do Alasca parece estar fervendo. O que realmente está acontecendo, no entanto, é que seu permafrost está derretendo.
Como você deve imaginar, isso é extremamente preocupante. O permafrost é um tipo de solo permanentemente congelado (o termo vem do inglês perma = permanente, e frost = congelado).
E, se isso o permanente está deixando de ser no Esieh, certamente também pode estar em outros lugares.
Graves consequências
Se o permafrost abaixo e ao redor de outros lagos estiver derretendo também, então o dióxido de carbono e o metano resultantes criarão o que os cientistas chamam de “ciclo de retroalimentação”.
Em outras palavras, à medida que matérias orgânicas e vegetais anteriormente congelados são quebrados, os gases emitidos pioram o aquecimento global.
Esse fenômeno tem a capacidade de acelerar drasticamente o processo já aterrorizante da mudança climática, causando ainda mais derretimento do permafrost, em um ciclo sombrio e infernal.
Escalamento
Vários lagos já foram detectados expelindo metano no Ártico, mas o Esieh é o maior até agora. Por dia, emite metano a uma taxa equivalente a cerca de 6.000 vacas.
A cientista que descobriu o lago, Katey Walter Anthony, estudou 300 outros que emitem gases como este.
Essa notícia não é ruim apenas para o meio ambiente; curiosamente, a perda do permafrost dos lagos afeta até os povos indígenas que o utilizam como um “freezer esquimó” há diversas gerações, enterrando carne e outros alimentos para armazená-los e mantê-los frescos. O descongelamento da camada impede esse tipo de prática.
Fonte: Hypescience