Um estudo da Stanford University a ser publicado na sexta-feira (19) estima que os períodos de cultivo africanos para os alimentos básicos do continente – milho, painço e sorgo – serão mais quentes em nove de cada dez anos até 2050.
Os produtores podem fazer adaptações mudando os tempos de cultivo ou usando variedades novas, mas o ritmo da mudança exigirá uma ajuda extra, conclui o estudo na revista Global Environmental Change.
“Para a maioria dos produtores da África, o aquecimento rapidamente tomará conta do clima, não apenas para além da variação da experiência pessoal deles, mas também para além da experiência de outros produtores de seus países”, afirmou o estudo, cujos autores são de Stanford e do Global Trust Diversity Trust.
Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Europeia revisaram recentemente os impactos da mudança climática.
A Casa Branca publicou nesta semana um relatório prevendo que ondas de calor, enchentes, secas e pestes danificarão as plantações e concluiu, por exemplo, que a produção de amoras poderá se tornar impraticável na área central da Costa Leste até 2050.
A Grã-Bretanha disse na quinta-feira que serão “inevitáveis” verões 2 graus Celsius mais quentes no sul da Inglaterra até a década de 2040 e citou uma pesquisa com produtores indicando que metade deles já sofre os efeitos.
A comissão executiva da União Europeia indicou em abril uma pesquisa mostrando efeitos positivos para os próximos 30 anos – por exemplo, invernos mais amenos – mas efeitos negativos cada vez maiores com o passar do tempo.
“A magnitude das mudanças climáticas pode exceder a capacidade de adaptação de muitos produtores”, disse ela.
O desenvolvimento de safras mais resistentes, por exemplo, envolve uma década ou mais de culturas ou de desenvolvimento de variedades novas, até que elas cheguem às mãos dos agricultores. (Fonte: JB Online)