Para o prefeito Roberto Sobrinho (PT), alguns números mostram bem o crescimento da cidade. No início de cada ano letivo, Porto Velho costumava receber cerca de 1,5 mil pedidos de matrícula. Este ano o número subiu para 4 mil. A frota de veículos também cresceu 17%, segundo o prefeito. “Todo mundo vê que está chegando gente, mas esse dado de matrículas é um bom parâmetro do que está acontecendo na cidade”, avalia.
Segundo Sobrinho, os serviços de saúde também estão sobrecarregados e por isso foi firmado um convênio com o Ministério da Saúde para construir três unidades de pronto-atendimento e colocar nas ruas mais 20 equipes do Programa Saúde da Família. “Estamos trocando a roda com o caminhão andando. Todo mundo diz que o município tinha que ter se preparado, mas quem podia imaginar há 15 anos que nós iríamos receber empreendimentos como esses?”, pergunta o prefeito diante de acusações de que o Poder Público falhou ao esperar o início das obras das usinas para estruturar a cidade.
De acordo com o prefeito, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) também está lançando edital para criar um arco rodoviário. Dessa forma, os caminhões que vão seguir para as obras não precisarão passar por dentro da cidade. Espera-se ainda que, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o esgotamento sanitário de Porto Velho passe a cobrir 70% das residências.
Diante dos investimentos, o mercado imobiliário também está aquecido. De acordo com o corretor Mauro Dionízio Milanez, gerente de vendas de uma imobiliária, a procura por apartamentos e casas para locação cresceu 50% desde que as obras das usinas começaram. As vendas também aumentaram entre 30% e 40%, segundo ele, assim como o preço dos aluguéis, que subiu 25%. “O preço de venda dos imóveis também aumentou em 30%”, calcula o corretor.
No auge da movimentação, no início das obras das usinas, em um dos maiores hotéis de Porto Velho foi preciso providenciar acomodações extras para receber os hóspedes. De acordo com o gerente de eventos do hotel, José Raimundo Cavalcante, as mudanças na cidade são perceptíveis em todas as esferas e se refletem, por exemplo, no aumento do número de concursos públicos, universidades particulares e restaurantes.
“Lugar para comer, então, abriu de todo tipo, de padaria a restaurante. Praticamente toda padaria hoje vende almoço aqui”, conta. A capital de Rondônia recebeu também, no final do ano passado, seu primeiro shopping center e, consequentemente, a primeira escada rolante do estado. “É um reflexo do progresso”, diz Cavalcante. (Fonte: Mariana Jungmann/ Agência Brasil)