Grandes empresas se comprometem a reduzir emissões

Vinte das maiores empresas do País anunciaram nesta terça-feira (25), em São Paulo, um acordo de vanguarda para estimular a redução das emissões de carbono, um dos gases responsáveis pelas mudanças climáticas globais. Aracruz Celulose, Ligth Centrais Elétricas, Grupo Pão de Açúcar, Vale e Votorantim, entre outras, assinaram o documento.

A “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”, na qual se comprometem a implementar ações para reduzir as emissões de CO² em suas atividades será encaminhada ao presidente Lula. É a primeira vez que empresários, representando o setor produtivo, apresentam ao governo uma proposta de redução de emissões.

De acordo com a carta, as empresas pretendem publicar inventários trienais de emissões de gases estufa, incluir estratégias de escolha de produtos e serviços que promovam a redução de CO², buscar redução contínua de emissões e apoiar o mecanismo de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD). Prometem, ainda, empenho em ações de adaptações em regiões com altos níveis de emissões.

A meta é avançar na economia de baixo carbono como alternativa para a crise. Em contrapartida, as empresas pedem ao governo a implementação e agilização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), apoio para a criação de mecanismo de REDD e, ainda, que o Brasil assuma uma posição de liderança nas negociações da COP 15, em Copenhague.

Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, “os setores mais dinâmicos estão mostrando a cara e assumindo responsabilidade, essa participação é fundamental”. Segundo avaliou, “o Brasil vai chegar em Copenhague com os números de reduções de gases estufa em declínio”. O ministro destacou que o “Brasil está pronto para assumir uma posição de protagonismo na Conferência de Copenhague”.

Minc disse que é importante que as empresas tenham metas anuais e não só de longo prazo. Ele lembrou que agora o País tem um plano de redução, tem metas e Fundo Amazônia. Afirmou, ainda, que a redução de 45% do desmatamento registrada ocorreu graças ao reforço na fiscalização e maior rigor no combate aos crimes ambientais, além dos pactos com segmentos do agronegócio como o da soja e com o setor madeireiro e de minério.

Roger Agnelli, presidente da Vale, uma das empresas organizadoras do evento, afirma que estamos numa transição de economia de mercado para uma economia verde. Para ele, é uma exigência da sociedade. “Faz parte da sobrevivência das companhias, essa nova postura, que deve ser estendida a todos os setores da cadeia produtiva, que tem de se adequar”, disse. Ele acredita que essa mudança afeta, diretamente, a competitividade das empresas.

Promovido pelo Jornal Valor Econômico e pela Globo News, o Seminário Brasil e as Mudanças Climáticas, realizado na capital paulista, reuniu instituições da sociedade civil empresas e autoridades governamentais em preparação para a Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), de Copenhague, que será realizada em dezembro.

Participaram do evento, além do ministro do Meio Ambiente, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e a senadora Marina Silva. O evento teve o apoio do Instituto Ethos, Única, Wal Mart do Brasil, Fiep, Fórum Amazônia Sustentável e Sindesta. (Fonte: Carine Corrêa/ MMA)