Em apresentação realizada nesta terça (8) em Copenhague, funcionários do governo e da indústria sucroalcooleira brasileira defenderam o setor e rebateram alegações de que sua expansão pode causar pressão sobre o meio ambiente.
“Sabemos que os biocombustíveis não são a solução definitiva para as mudanças climáticas. Mas não podemos pensar num mundo mais sustentável sem eles”, disse o embaixador André Amado, subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Itamaraty.
Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, argumentou que não é correta a idéia de que a expansão da cana estaria acontecendo em áreas da Amazônia.Também apontou que o aumento do cultivo de cana em outras regiões não precisa ter como conseqüência que a produção de gado seja deslocada para áreas de floresta, causando desmatamento.
Questionada a respeito pelo público presente à apresentação, ela afirmou que a produção poderia aumentar sem “empurrar” o gado para a região amazônica, já que a pecuária brasileira ainda pode ser consideravelmente intensificada, ou seja, pode ter sua produção aumentada sem a abertura de novos pastos.
A secretária destacou ainda que o país, por meio de legislação específica, deve erradicar em alguns anos a queima periódica dos canaviais para colheita manual. Ela lembrou que o Brasil tem como controlar essas queimadas por satélite. “Mais de metade da produção já é mecanizada”, disse.
O Brasil convidou a Suécia e os EUA para participarem da apresentação. Os dois países possuem acordos de cooperação na área de biocombustíveis, para desenvolvê-los tecnologicamente e atuar conjuntamente para transformá-los em commodities. Os norte-americanos foram representados por Lisa Jackson, que comanda a Agência de Proteção Ambiental do país. “A parceria com o Brasil é um exemplo do compromisso dos EUA com o uso de biocombustíveis”, disse a representante. (Fonte: G1)