A antecipação foi anunciada na quinta-feira (28) pelo presidente da ESBR, Victor Paranhos, e por representantes da empresa responsável pela obra, a Camargo Corrêa, durante a assinatura do termo de compromisso de geração com energia assegurada máxima.
“Acreditamos que nossos investimentos vão resultar em ganhos. Por esse motivo, estamos contratando mais 3 mil trabalhadores, que se juntarão aos 20 mil que já estão diretamente envolvidos com a obra”, disse hoje (29) Paranhos, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ele, a ESBR já contava com a possibilidade de antecipar o cronograma, para iniciar a entrada de receita na contabilidade da empresa, compromisso assumido com os acionistas.
“O prazo inicial, previsto para 2016, já era desfiador, e ficou mais difícil por causa da demora para obtenção da licença de instalação, o que acabou atrasando a obra em cerca de 60 dias. Decidimos, então, optar por um cronograma mais agressivo, para recuperar tempo e entregar o prometido aos acionistas e ao governo”, disse Paranhos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia determinado que a usina deveria gerar 1.975,3 Megawatts (MW), em setembro de 2015. No entanto, a previsão da ESBR é de que a usina entregue 2.045,7 MW de energia até dezembro de 2012.
Ao antecipar a geração de energia, a ESBR terá liberdade para vendê-la da forma que melhor convier, desde que respeite os prazos definidos pelo leilão. “É o mercado que vai definir o preço de tudo, o que a gente antecipar em relação ao mercado cativo previsto pelo governo no leilão”, observou o presidente da concessionária.
O mercado cativo envolve os grandes consumidores de energia, na maioria empresas de grande porte. Para esse mercado, o custo de energia não pode superar R$ 71,40 o MW/h.
Paranhos explicou, ainda, que a inclusão de mais turbinas, chegando a 46, vai aumentar a capacidade instalada da usina. “Isso vai gerar mais 150 MW de capacidade instalada (potência máxima em regime contínuo para o qual a usina foi projetada), o que dará 60 MW médio de energia assegurada (o limite de contratação da usina, definido pelo Operador Nacional do Sistema e pela Aneel)”.
Segundo ele, as duas turbinas representam um investimento de R$ 300 milhões a mais, por envolverem também gastos com obras civis, equipamentos de monitoramento e hidromecânicas. “Achamos que o resultado [desses investimentos] será positivo porque o custo de obra será mais barato, por causa do novo local que foi definido para a usina (IIha do Padre)”, explicou o presidente da ESBR.
Paranhos acrescentou que a energia que será produzida pelas duas novas turbinas poderá ser vendida nos próximos leilões de energia a ser comprada pelas distribuidoras. “Teremos preço mais competitivo para vender essa energia excedente”, avalia. “Nossa expectativa é a de, com as duas turbinas, vendermos algo superior a 50 MW médio.” (Fonte: Agência Brasil)