Número de mortos por causa das chuvas no Paraná chega a 4

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Jaguariaíva (PR), o número de mortos em consequência das chuvas no Paraná já chega a quatro. O corpo de uma mulher foi encontrado por volta das 11h deste domingo (31) no rio no município de Sengés. A Defesa Civil acredita que duas pessoas estejam desaparecidas.

O governador do Paraná, Roberto Requião, sobrevoou no final da manhã deste domingo a região e visitou Sengés, Tomazina e Pinhalão, os municípios mais afetados pelas fortes chuvas. “O principal objetivo é restabelecer o tráfego. A Secretaria dos Transportes já tem 35 pontes e vigas disponíveis e as equipes já estão trabalhando nos locais em que houve queda de barreira”, afirmou Requião.

Segundo o secretário dos Transportes, Rogério Tissot, as estradas estaduais ainda têm 17 pontos com problemas, como queda de barreira e pontes que já estão sendo recuperadas.

O helicóptero com o governador saiu da base da Defesa Civil montada no município de Jaguariaíva. Duas aeronaves do governo do Paraná estão operando na base e fazem a ponte aérea entre Sengés e Jaguariaíva.

Balanço divulgado pela Defesa Civil do Paraná neste domingo (31) mostra que aumentou o número de pessoas afetadas pela chuva que atingiu o estado na madrugada de sábado (30).

Ao todo são 15 municípios atingidos: São José da Boa Vista, Almirante Tamandaré, Jaguariaíva, Campo Largo, Campo Magro, Sengés, Arapoti, Ibaiti, Pinhalão, Sapopema, Tomazina, Colombo, Campina Grande do Sul, Ibiporã e Pinhais.

O município de Pinhais enfrentou problemas com o aumento do nível das águas dos rios Palmital e Iraí. Algumas pessoas precisaram deixar suas casas. Neste domingo, porém, os rios voltaram a níveis próximos do normal e as pessoas puderam voltar para suas casas, à excessão de uma família que permanece desabrigada.

Estão desabrigadas 1.106 pessoas, 748 estão desalojadas e há 17 feridos.

No total, 4.041 pessoas foram afetadas, 764 casas foram danificadas e 81, destruídas. O número de pessoas afetadas inclui desabrigados, desalojados e pessoas que tiveram algum tipo de prejuízo, mas que permanecem em suas casas.

No sábado, o número de pessoas afetadas era de 3.387. Havia 778 desabrigados, 656 desalojados, 12 feridos, 719 casas danificadas e outras 73 destruídas.

Sengés – As quatro mortes ocorreram no município de Sengés, próximo à divisa com o estado de São Paulo. A cidade está sem comunicação por telefone ou rádio, e ainda não há água nem luz, de acordo com a Defesa Civil. O órgão informou que três pessoas seriam da mesma família e estariam numa casa que acabou arrastada pela água. A outra vítima seria uma mulher cuja idade ainda não é conhecida e foi encontrada perto de uma serraria após ser arrastada pela água. De acordo com a Defesa civil, são dois homens e duas mulheres.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros conseguiu um acesso por terra que passa por uma fazenda ao munícipio no fim da tarde de sábado. O local, no entanto, está sendo utilizado apenas por veículos tracionados. Segundo os Bombeiros, carros de passeio não conseguem passar pelo local.

O sub-comandante da operação de buscas na região de Sengés, capitão Arlisson Sanches, informou ao G1 que, no sábado, 38 pessoas foram abrigadas em um local providenciado pela prefeitura de Sengés. Uma mulher grávida de gêmeos prestes a dar à luz foi transportada para um município vizinho de helicóptero.

Houve queda de barreiras nos dois acessos que ligam a cidade a outros munícipios paranaenses e em um acesso de Sengés a São Paulo. Um rio localizado entre Sengés e São José da Boa Vista transbordou e encobriu uma ponte.

De acordo com a Defesa Civil, a reconstrução das estradas que dão acesso à Senges vai levar, no mínimo, 15 dias.

Almirante Tamandaré – Segundo a Defesa Civil, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, 32 pessoas estão desabrigadas e 160, desalojadas. No total, mais de mil moradores da cidade foram afetados. Duas casas foram destruídas.

A cidade de Arapoti tem 11 casas alagadas e 3 pessoas desabrigadas. São José da Bela Vista repassou à Defesa Civil que 150 pessoas estão desalojadas, 30 casas foram atingidas e diversas pontes estão destruídas.

Rodovias interditadas – Várias estradas ficaram danificadas após as chuvas com registros de quedas de barreiras, pontos de alagamento e risco de quedas de pontes.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, a BR-476, conhecida como Estrada da Ribeira, está com pelo menos oito quedas de barreiras entre os km 13 e 61. O tráfego é parcial em vários desses trechos porém, segundo a central de operações da PRF, o tráfego está liberado apenas para automóveis. Alguns ônibus de linha percorrem trechos parciais. Houve um afundamento da pista entre os km 15 e 16. Já entre entre os km 75 e 80, homens trabalham no afundamento e queda da lateral da pista que ocorreram antes dessas chuvas.

Já o Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual informou que várias rodovias estaduais foram afetadas, especialmente as que acessam o município de Sengés (PR 151 e PR 090), que está isolado devido a queda de pontes entre São João da Boa Vista e Itararé.

Na PR-151 há quedas de barreira nos km 200 e 185 e queda de barreira na SP-239, km 8. A Rodonorte que está trabalhando para providenciar a liberação da pista.

Na PR-090, no km 15, existe uma cratera com aproximadamente 7 metros, sendo que o desvio está ocorrendo por Campo Magro. No km 27 parte do asfalto baixou e o tráfego segue liberado em meia pista. Nos km 37 e 39 a passagem está bloqueada e o desvio está sendo realizado por Bateias.

Para quem segue do Paraná para São Paulo, a alternativa, segundo a Polícia Rodoviária paranaense, é seguir pela PR-092 até Wenceslau Braz e, a partir daí, usar como caminho as estradas PR-151 e PR-272 até chegar ao estado de São Paulo.

Quem está no fluxo contrário deve partir de Itapeva (SP) no sentido Taquarituba, pela SP 255. O motorista passará por Taguaí (SP) e Fartura (SP) antes de chegar a Carlópolis (PR). (Fonte: G1)